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A Sopa da Pedra, Deus Me Livro, Crítica, Orfeu Negro, Alain Serge Dzotap, Irène Schoch
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“A Sopa da Pedra” | Alain Serge Dzotap e Irène Schoch

Por Julia Martins · Em 23/07/2024

Tradicionalmente, a sopa da pedra está associada à lenda de um frade pobre, que andava em peregrinação e que, ao parar para descansar – e não querendo confessar quão grande era a sua fome -, ardilosamente pedia aos donos da casa uma panela para preparar uma bela sopa de pedra. De pedra? Sim. Lavava uma pedra e colocava-a dentro da panela, dizendo que era preciso temperar. Gentilmente, a dona da casa oferecia os temperos. O frade provava e dava a saborear, sugerindo que talvez ficasse melhor com umas batatas. De sugestão em sugestão, lá ia fazendo uma belíssima e rica sopa. “A Sopa da Pedra” (Orfeu Negro, 2024) reconta-nos este conto popular, conhecido em várias culturas e em diferentes lugares do mundo, aqui num texto delicioso, ritmado e bem-humorado.

Os tempos eram de fome. “Leuk, a lebre, estava magro. Há semana que atravessava a savana, há dias que não trincava nada. Nem sequer um tubérculo ou um fruto silvestre. Nada, mesmo nada, que lhe acalmasse a fome esganada“. Finalmente, ao longe, avistou uma aldeia. Sem hesitar, bateu à primeira porta que viu – era a casa de Bouki, a hiena, conhecida pela sua avareza e gulodice.

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A lebre bateu e bateu à porta, até que a hiena lhe perguntou: “E que me queres tu?”. “Não vim mendigar comida — sossegou-a Leuk — empresta-me só uma panela, suja ou limpa, para cozinhar uma sopa da pedra. Com pedras moles”. Bouki fica desconfiada, mas será que conseguirá resistir a tal pedido? E a sopa de pedra, será servida? E quem a comerá? Um conto popular que nos fala da importância dos (re)encontros, da partilha e da solidariedade.

As ilustrações ampliam o sentido do texto, permitindo a visualização antropomórfica dos diferentes animais e oferecendo ao jovem leitor duas leituras distintas – a textual e visual – mas complementares.

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As guardas, iniciais e finais, dão a conhecer objectos que pertencem à história, e apresentam-se como excelentes oportunidades para dialogar com o pequeno leitor, quer antes de conhecer a narrativa quer depois de ler o conto. Agora numa edição pela Orfeu Negro, “A Sopa da Pedra” é um excelente livro para ler em pares, dar a ler ou recriar personagens e situações.

Alain Serge Dzotap é escritor e poeta, natural da República dos Camarões. Dedica-se à literatura infanto-juvenil e tem livros publicados em França, Estados Unidos e Brasil. Irène Schoch é ilustradora, natural da Suíça. Estudou comunicação visual em Paris e ilustração em Estrasburgo. Escreve e ilustra álbuns para a infância. Os animais são muitas vezes as personagens principais das suas histórias.

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Julia Martins

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