São já conhecidas as primeiras novidades da editora Cavalo de Ferro para 2016, num primeiro semestre do ano que leva, desde já, um certificado de qualidade.
Este mês chega (finalmente) às livrarias “A Cova” – “The Dig” no original -, romance de Cynan Jones, considerado pela crítica britânica um dos mais talentosos escritores ingleses da actualidade. O livro foi distinguido com os prémios Welsh Book of the Year 2015 e Jerwood Fiction Uncovered 2014. As críticas publicadas em Inglaterra são de deixar água na boca: “(…) um retrato profundo, intenso e completamente absorvente de um mundo rural escondido” [Guardian]; “Um romance maravilhoso…. Contém ecos de Ted Hughes, Cormac McCarhty e Ernest Hemingway.” [The Times]. “A Cova” está já traduzido em mais de 10 países.
Para os meses de Fevereiro e Março está previsto o lançamento de um trio muito apetecível de edições: “Cicatrizes”, romance de Juan José Saer, um autor considerado por muitos o maior escritor argentino do século XX – ou, se preferirem a hipérbole inglesa, o mais importante escritor argentino depois de Borges [The Independent]. Escrito em 1969 e até hoje inédito em Portugal, é a sua obra-prima e uma referência na literatura contemporânea; “Babicka“, romance de Bozena Nemcová publicado originalmente em 1853, é considerado a obra fundadora e uma das mais significativas da literatura checa. A tradução inédita foi feita a partirdo original checo; “A língua resgatada – historia de uma juventude 1905-1921”, de Elias Canetti, marca o início da publicação dos volumes da prosa autobiográfica de Elias Canetti pela Cavalo de Ferro. Um livro que acompanha e explica a própria história da Europa do século XX.
Entre Abril e Junho a fasquia sobe ainda mais uns centímetros, com a publicação de mais um trio de livros: “A Borra do Café”, de Mario Benedetti – autor de “A Trégua” e de “Obrigada pelo Lume” -, romance inédito em Portugal de um dos autores mais importantes da literatura sul-americana do século XX; “Os frutos da terra”, romance de Knut Hamsun, originalmente publicado em 1917 e, a par de “Fome”, a obra mais conhecida e apreciada de Knut Hamsun. A tradução foi feita do original norueguês; a fechar o semestre há também “Pequena escola do pensamento filosófico”, de Karl Jaspers, uma obra de divulgação até hoje inédita em português de um dos mais influentes e importantes filósofos alemães do século XX, há muito ausente das nossas livrarias. A obra foi concebida como uma série de lições que revelam, numa linguagem acessível ao leitor, o pensamento filosófico, sem nunca oferecer respostas definitivas – antes provocando-as. Jaspers enfrenta, aqui, os grandes temas da condição humana: o Cosmos e a Vida, Passado e o Presente, Política, Morte, Justiça. Razões mais do que suficientes para dizer: está um bom semestre para andar a cavalo.
Sem Comentários