Experimentem este exercício. Imaginem Calvin & Hobbes com variações ligeiras, como trocas de género ou de animal imaginário, e darão de caras com a série Bia e o Unicórnio, que conta já com uma dúzia de volumes publicados na edição portuguesa, todos com selo da Nuvem de Letras.
Esta série de banda desenhada foi criada por Dana Simpson que, entre 1998 e 2008, escreveu a banda desenhada online Ozy and Millie. Em 2009, depois de vencer o concurso Comic Strip Superstar, patrocinado pela Amazon, assinou um contrato com a Andrews McMeel Syndication para desenvolver esta série protagonizada por Bia, uma miúda com uma imaginação apreciável, e o seu melhor amigo Unicórnio, estacionado num narcisismo tremendo que o faz responder desta forma sempre que lhe perguntam sobre o sentido da vida: “Ser um unicórnio”.
Neste 12º volume, intitulado “Unicórnio Virtual” (Nuvem de Letras, 2021), Bia é ainda vigiada pela “tribo” dos unicórnios, que continua a considerá-la um mistério. A entrada para o Clube implica fazer algo de mágico, algo que não deve ser complicado para quem inventa tiradas como esta: “É curioso descobrir que o meu rabo tem mais talento do que as minhas mãos”.
Truques de magia à parte, não faltam aqui motivos para se fazer a festa: uma visita ao Museu da Ciência, com direito a uma Experiência de Realidade Virtual de Unicórnio extra-especial; uma ajuda suplementar para comer brócolos, algo que envolve um condimento mais dado à batata frita; um golpe narcísico, que decide seguir um caminho mais longo: “O vento está sempre a mudar, e PRECISO de sentir a minha crina a esvoaçar dramaticamente”; ou, ainda, estratégias para dar que fazer às mãos depois de o smartphone ter caído na banheira. O divertimento, esse, está garantido.
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