Escuro. Negrume. Sombrio. Escuridão. Muitos de nós, pequenos e graúdos, não gostamos de ambientes pouco luminosos, onde tudo parece assustador – preferimos dar passos seguros e saber onde colocamos os pés. “Quem é que apagou a luz? Assim no escuro não sei o que fazer, fico logo com as pernas a tremer!”. O medo do desconhecido torna-nos inseguros. Tudo parece estranho: ouvimos vozes, pensamos em monstros, monstrinhos ou outros animais menos afectuosos e o receio faz-nos tremer e fantasiar. Afinal, de que temos medo? Do escuro? De dormir sozinhos? Da sombra?
Há diferentes e variados medos, consoante as idades e os contextos. O importante é ter deles ter consciência e conseguir ultrapassá-los. Se, por um lado, o medo nos invade, por outro a bravura de vencê-lo é enorme. Será que conseguiremos saltar para o outro lado do medo? O herói desta história é valente e acredita que “não há escuro que não seja vencido”. Será que ultrapassará o tremor e o receio vencendo os medos?
“Um Salto no Escuro” (Livros Horizonte, 2021) é um texto de Adélia Carvalho com ilustrações de Sérgio Condeço. O texto é curto e incisivo, provocando no leitor a ousadia de enfrentar os medos. A ilustração e o texto complementam-se, permitindo ao leitor penetrar no mundo escuro dos medos, desmistificá-lo e, finalmente, libertar-se. As guardas do livro marcam o ritmo da história, assim como o início e o fim da narrativa: as iniciais são escuras e habitadas por fantasmas, as finais são claras e de reconciliação.
Quem estará do outro lado do escuro? De onde vêm os medos? De que cor é o medo? E, quando se consegue vencer o medo, o que acontece? Estas são algumas das questões que poderão surgir durante a leitura, mas de certeza que muitas outras surgirão – afinal, este é um livro perguntador.
Adélia Carvalho nasceu numa pequena aldeia de Penafiel. Última de sete filhos, cresceu muito influenciada pela figura do avô materno, grande contador de histórias. É licenciada em Educação de Infância pela Escola Superior de Educação do Porto e leccionou em diferentes escolas antes de se dedicar exclusivamente à escrita. Fundadora da livraria Papa-Livros e da editora Tcharan, é autora de vários livros infantis premiados e traduzidos em vários idiomas.
Sérgio Condeço nasceu em Portugal e viveu em Moçambique. Vive e trabalha actualmente em Lisboa. Trabalhou como Designer têxtil durante 14 anos, até 2011, ano a partir do qual de dedicou exclusivamente à ilustração e à pintura. É director artístico no Programa Partis no Conselho Português para os Refugiados com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Sem Comentários