Gostam de mangá e de vampiros mas queriam que, de alguma forma, estes fossem menos dados ao clássico morder do pescoço, fazendo-se rodear de novos gadgets que fizessem dos bebedores de sangue de Dracula ou do Crepúsculo uns autênticos meninos? Pois bem, Tokyo Ghoul: re – publicado em Portugal com o selo da Devir – poderá bem ser a vossa praia. Aqui, os maus da fita dão pelo nome de Ghouls. Embora pareçam humanos, estes seres são ligeiramente diferentes, misturando-se na multidão para se servirem de carne humana a seu belo prazer.
Neste segundo volume, escrito e desenhado por Sui Ishida, continuamos a acompanhar a Quinx, a nova arma da C.A.G. – Comissão Anti Ghouls – contra os Ghouls, que investiga uma misteriosa organização chamada Aogiri Tree. A grande questão parece ser se Haise Sasaki, o líder desta brigada de elite, poderá ser o mentor de que todos precisam, não deixando que um passado pouco digno e ético interfira com o tempo presente – digamos que, de momento, Haise se divide entre o terror de as suas memórias não mais regressarem e a crença de que poderá ficar bem melhor se isso acontecer.
No centro deste volume está o Quebra-Nozes, não aquele bailado russo que todos os natais nos bate à porta mas um ghoul com hábitos alimentares anormais, com um gosto muito particular por testículos. Durante os períodos em que não se alimenta, age como um “fornecedor” de pessoas – palavra simpática para traficante humano. Posto de outra forma, caça humanos a pedido das Madam.
Toda a acção irá, assim, convergir para um leilão com a dimensão de uma Meo Arena, que culmina num combate onde há sangue perdido às litrosas. Por aqui passa gente como Saiko Yonebayahi, com 20 anos feitos há pouco, portadora de uma preguicite aguda e que, se não atinar, poderá voltar a ter de trabalhar no bar da mãe – que a obrigou a tornar-se inspectora por causa do guito; Hanbe Abara, um inspector de 2ª classe que poderia bem ser um primo de Marylin Manson; ou o inspector-especial Wesher Matsuri, a quem é entregue o caso Aogiri e que é bastante crítico em relação à necessidade de haver um esquadrão Quinx, actualmente liderado por Haise sasaki.
As ilustrações, sempre a preto e branco para não assustar, continuam um deleite, privilegiando as sombras, o elemento surpresa e a transformação do corpo humano, indo dos grandes planos ao zoom para, entre uma caça eterna, fazer também uma visita guiada à arquitectura de Tóquio. Protejam bem esses pescoços, esses troncos e, já agora, esses testículos.
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