É daquelas coisas que, com jeitinho, até pode servir para colocar alguma fervura numa discussão mais acesa entre a esquerda ou a direita, a república e a monarquia, o Porto ou o Benfica. Afinal de contas, e é isso que conta, “Todos fazemos cocó” (Orfeu Negro, 2020).
Taro Gomi é um artista japonês, com mais de quinhentos álbuns publicados para crianças, bem como autor de diversas séries de desenhos animados. Recebeu o Prémio Internacional da Feira do Livro Infantil de Bolonha e o Prémio Sankei de Literatura Juvenil e Cultura Editorial. Na colecção Orfeu Mini, com o selo editorial da Orfeu Negro, tem publicado “Para lá do oceano”, um livro feito de paisagens de cores quentes e frias que nos interrogava sobre aquilo que queremos ser e ter, e o que estamos dispostos a mudar em nós e à nossa volta para o conseguir. “Todos fazemos cocó” está longe desta inquietação, apontando a um público mais novo e incidindo sobre uma verdade universal evidente e constante.
Porém, ao falar deste facto imutável, Taro Gomi apresenta algumas variantes que mostram aos mais pequenos o mundo das proporções (grande/pequeno), dos antónimos (limpo/sujo), da contagem (uma/duas) ou do movimento (de pé/a andar), mas sobretudo serve-lhes um livro onde o objectivo maior é o da diversão à volta de um assunto que, por mais que os anos passem, será sempre um motivo de risota. As ilustrações fazem-se de cores fortes, usando letras grandes e redondas, num livro ideal para ser lido ao deitar ou no quarto de banho.
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