Após descobrir o plano de Norman, que basicamente quer tratar da saúde ao mundo inteiro, Gilda toma como missão impedir que os fogos se alastrem na capital, com a preciosa ajuda de Sonju e Mujika, uma dupla de monstros que poderá bem ter um papel decisivo nesta recta final de The Promised Neverland, série de 20 volumes que prossegue nesta “Batalha na Capital” (Devir, 2023) – o volume 17.
Emma continua ser o lugar onde residem todas as esperanças, não deixando de acreditar num mundo onde demónios e humanos possam habitar em harmonia – ou, pelo menos, numa tolerância que evite o conflito e em lugares distintos: “Vamos todos fugir para o mundo dos humanos sem que ninguém seja morto ou perseguido”.
Depois de um primeiro vislumbre, as intenções de Norman chegam agora de forma incisiva: matar a família real, os nobus e todos os demóonios que vivem na capital. Será lá, aparentemente, que se jogará tudo e em todas as frentes, começando por um ataque terrorista e uma invasão traçada a régua e esquadro.
Neste volume, que apresenta um certo ar de Cavalo de Troia mas sem o cavalo, o grande destaque vai para a história de Geelan, 700 anos atrás, e para o momento em que a rainha Legravalima se chega a frente para instituir um reinado que passou por fazer dos humanos o prato principal.
Quando os territórios estavam a ser devastados pela fome, Lord Geelan, o chefe de uma das casas regentes, pediu para que abrissem o tesouro nacional, destinando uma porção para alimentar o povo. Uma medida que as restantes casas recusaram, preferindo a construção de uma transviada ideia de paz, na qual as Quintas passaram a suprimir as necessidades da população e, com a tutela do clã Ratri, avançando para a criação de meios para a produção de carne em massa. Algo a que chamaram, com algum espírito liberal, de “reforma estrutural das quintas”. Traído pelo seu General de confiança, Geelan vê-se posto de lado com uma falsa acusação, o que revela bem o espírito de governação que Legravalima irá impor durante os sete séculos seguintes: “Porque a sua rectidão e justiça são um estorvo”. Os próximos e derradeiros três volumes prometem e muito.
Sem Comentários