Gastronomicamente falando, The Promised Neverland é o mangá que, em cada volume publicado, se tem mantido no ponto. “Bem-Vindos à Entrada!” (Devir, 2023), o 15º volume, coloca-nos de entrada naquilo que parece ser uma cimeira URSS-EUA, na qual demónios e humanos tentar chegar a um acordo impossível sobre interesses partilhados e uma possível coabitação futura.
A liderar os demónios está Lorde Geelan, um monstro de proporções épicas, enquanto que do lado dos humanos está o intrépido William Minerva – que, por esta altura e depois de um volume de cortar o fôlego, sabemos já ser Norman. Esta aliança (de mentirosos, vai-se-a ver) passa por tirar de cena o clã Ratri, que mantém fortes ligações ao poder político, e com quem Geelan e seus súbditos têm uma sede de vingança que marina já há 700 anos.
No centro da discussão ética está o clã da rapariga de sangue maligno, “um demónio que nunca come carne humana. Um ser especial que consegue mater a forma e inteligência dos humanos sem precisar de os consumir” – uma capacidade passada e perpetuada através do sangue. E se, para Norman, o futuro passa pelo extermínio desta espécie de vegetarianos, Emma prefere acreditar que existe uma coabitação possível: “Quero escolher um futuro de que não me arrependa!”.
A adrenalina aumenta com o regresso ao mistério das Sete Muralhas: Emma conhece já o caminho de entrada, o problema é descobrir o de saída – parece que muitos já entraram mas ninguém voltou para contar o que viu do outro lado do portão. O final, como já vem sendo hábito, é assim como meter os dedos molhados numa tomada eléctrica, deixando-nos à porta de um labirinto sem fim. A 5 volumes do final, The Promised Neverland continua em altas.
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