É um dos mais antigos cowboys da banda desenhada europeia, criado por Gianluigi Bonelli e Aurelio Galleppini em 1948, e também a mais popular personagem dos fumetti – designação italiana para histórias aos quadradinhos – da prestigiada editora Bonelli.
À semelhança de colecções como Lucky Luke, Spirou e Fantásio ou Lucky Luke, também Tex tem sido alvo de uma revisitação, entregue a alguns dos maiores desenhadores da BD italiana e mundial, em álbuns de capa dura que respeitam o legado original e nos quais as cores – aqui nas mãos de Giulia Brusco – são quase personagens.
“O Homem das Pistolas de Ouro” (A Seita, 2021), com argumento de Pasquale Ruju e desenhos de r.m. Guéra, transporta-nos ao Texas poucos anos depois da Guerra Civil, apresentando-nos a um terror chamado Juan Gonzales, reconhecido pelas suas pistolas de ouro, um tipo sem quaisquer noções de ética que não é dado a poupar animais ou homens. Vinte anos antes, durante a guerra com o México, o exército americano teve de recorrer aos Texas Rangers para lidar com os guerrilheiros de Gonzales, conseguindo, pelo menos assim pensavam, tratar da saúde a este psicopata e aos vários irmãos que o acompanhavam.
A verdade é que, duas décadas depois, começam a suceder-se ataques a Rangers já retirados e veteranos de guerra, em assassinatos que parecem ter a marca do fantasma das pistolas de ouro. Na lista de alvos estará, muito provavelmente, o nome de Kit Carson, companheiro de cavagalduras de Tex Willer, dupla que terá de se preparar à séria para o que aí vem.
A história, que decorre em duas linhas temporais distinguíveis através do uso de cores, está carregada de tensão, dramatismo e um olhar quase cinéfilo, levando-nos às empoeiradas e desoladas terras de fronteira. Para o final está guardado um texto de Pasquale Ruju, que fala da sua relação com o mundo de Tex, bem como os primeiros esboços de algumas páginas do álbum e uma ilustração de r.m. Guéra para a capa da edição original italiana.
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