E eis que, ao terceiro volume da série Stumptown – intitulado O Caso do Rei de Paus (G. Floy, 2021) -, Dex Parios, detective privada e proprietária da Stumptown Investigations, se vê metida numa embrulhada de todo o tamanho, num caso de aparente importação do hooliganismo europeu para o noroeste do Pacífico.
Dex que, aqui, nos leva a descobrir o seu lado futebolístico, ainda que pareça não ter grande jeito para ocupar a posição de guarda-redes, o que faz com que a sua equipa, com um nome que poderia bem ter sido escolhido pelo João Loureiro dos Ban – Real Irreal -, perca contra as rivais de longa data – as Bolas Lamacentas de Seattle.
Desta vez, o caso é pessoal. Quando um dos seus amigos mais próximos é espancado depois de um jogo dos Portland Timbers, Dex tudo fará para encontrar os responsáveis, mesmo que isso possa levar à suspensão da sua já ameaçada licença de detective. A seu lado terá CK, uma detective privada de Seattle, que continua a fazer a Dex uma pergunta a que esta vai evitando responder: porque razão terá saído Dex do exército quando era militar de carreira, faltando-lhe apenas uns centímetros para chegar a Major? Quem já esteve melhor foi a relação de Dex com Grey, que se parece ter cansado de alternar entre o papel de amigo do peito e cuidador de Ansel – o irmão de Dex.
Futebol, investigações à margem da lei e muita pancadaria, numa história que parece ter saído de uma dimensão paralela a Stumptown, mostrando que esta Dex Parios tem mais camadas do que uma cebola roxa. Há ainda diversos materiais de bónus guardados para o final do volume, onde a palavra é dada a Justin Greenwood e Greg Rucka, que falam ao leitor sobre os esboços das personagens, a moeda do desafio, o processo de trabalho de algumas páginas e o processo que levou ao desenho final da capa. O quarto volume, intitulado “O Caso da Chávena de Café”, está já disponível nas livrarias – e é muito bom.
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