Se, por esta altura, perguntarmos a pré e adolescentes em maturação qual a sua série televisiva predilecta, muito provavelmente será Stranger Things a receber a mais gorda fatia das preferências. Uma série que conseguiu igualmente cativar os mais crescidos, que terão sentido um banho de nostalgia ao mergulhar nos anos oitenta, recuperando as memórias de pérolas cinéfilas como E.T. e Goonies ou um jogo tremendo chamado Dungeons & Dragons. Tudo servido com uma refinada banda sonora onde cabem nomes como os de New Order, Joy Division, Toto ou The Clash.
Após a publicação de “O Outro Lado” em formato álbum, a Asa oferece-nos agora “Stranger Things: Seis” (Asa, 2020), um livro que fica uns bons furos acima do anterior e que poderá servir de aperitivo à quarta temporada, que provavelmente verá a luz do pequeno ecrã no próximo ano.
Ano de 1970. Ao regressar a casa com a mãe ao volante, Francine diz-lhe a certa altura para parar, apesar de não se avistar qualquer sinal de perigo. Poucos segundos depois, uma derrocada de árvores abate-se na estrada, e ambas percebem que graças a uma estranha vidência escaparam a uma morte certa. Oito anos depois, Francine, registada como Seis, é uma das residentes no Laboratório de Hawkings, um lugar que pretende explorar “aquilo de que são capazes indivíduos extraordinários num ambiente seguro e protegido”.
Foi Ricky, que também participa no Programa com a designação de Três, que convenceu Francine a juntar-se a ele, o que não foi difícil depois de uma vida inteira onde foi utilizada pelos pais para ganhar dinheiro com a sua capacidade de prever números.
Um Laboratório onde, sob o sempre atento olhar do Doutor Brenner, se recorre à privação sensorial, que se acredita dar total acesso às visões e ao poder, estudando-se a mente humana e aquilo de que é capaz. É aqui que teremos já um vislumbre da futura estrela 11 – Eleven -, que depois de uma ida ao tanque se sai com um divinatório “Vi Waffles”, ou que travaremos conhecimento com um demogorgon com duas pernas humanas, o que poderá ser um sinal do que poderá acontecer numa temporada mais longínqua. Para Seis, depois de se sentir uma cobaia amestrada pronta a transformar-se numa arma governamental, a pergunta do milhão de dólares é esta: poderá ser capaz de alterar o futuro que lhe surge nas visões?
Com texto de Jody Houser (Faith, Mother Panic, Doctor Who), desenhos de Edgar Salazar (Deathstrok – New 52) e Keith Champagne (Neon Future, Rise of the Black Panther, Spider-Man, Deadpool) e cores de Marissa Louise (Hey Wives, Fairlady), esta é uma banda desenhada feita para os fãs de Stranger Things, que aqui encontrarão mais um balão de oxigénio antes da tão desejada nova temporada.
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