É mais um grande comic assinado por Mark Millar que, no que toca à banda desenhada, está um pouco como Ian McEwan para a Literatura: independentemente do tema, a qualidade da prosa é sempre refinada.
Há 40 anos atrás, Duke McQueen recebeu uma medalha num distante planeta chamado Tantalus, por ter derrubado um ditador de nome Typhon e salvo um planeta habitado por almas pacíficas. No momento em que uma estátua sua era erguida e uma babe com mais curvas que a Serra do Caldeirão o convidava para reinar a seu lado, McQueen decide regressar à Terra para junto da sua mulher e filhos, apenas para descobrir o embaraço público quando disse ter encontrado aliens verdadeiros.
A sua mulher partiu recentemente e, quanto aos seus filhos, nenhum deles mostra grande vontade de o ter a viver consigo. Uma vida que parece condenada à letargia e ao afogamento na melancolia, até que uma nave espacial aterra no seu quintal. A bordo do volante espacial está Krish Moor, um puto de 12 anos – ou um velhote de 86, consoante o hemisfério – que vem imbuído de um espírito de missão: Tantalus foi presa fácil de uma raça de guerreiros conhecida como Broteanos, que dominaram o planeta inteiro em menos de um dia. Caberá assim ao velhote Duke, caso aceite esta insana missão, restituir a paz a um planeta que o colocou literalmente no pedestal.
Uma história magnífica, sobre segundas oportunidades e a capacidade de reinventar a velhice, que Goran Parlov ilustra de forma soberba, numa homenagem à ficção científica e ao espírito pulp que nos traz à memória heróis como Flash Gordon ou Buck Rogers.
A Netflix comprou já os direitos televisivos deste “Starlight: O Regresso de Duke McQueen” (G. Floy, 2019), mas ainda deveremos ter de esperar uns aninhos até que Duke McQueen nos surpreenda no pequeno ecrã. Enquanto isso, valha-nos os quadradinhos.
2 Commentários
Gostaria de saber até q número saiu a hq lá fora. Ou Se é só 6 números apenas?
Boas. Trata-se de uma edição limitada de 6 números, originalmente publicada entre Março e Outubro de 2014.