“…Uma mulher de armas, capaz de chefiar sozinha a rebelião contra a tirania do Império.” Eis o cartão-de-visita de Leia, princesa de um planeta – Alderaan – aniquilado pela Estrela da Morte, um general a mando da resistência.
Em “Star Wars Princesa Leia – 1” (Planeta, 2016) – álbum que reúne as cinco primeiras aventuras da série escritas por Mark Waid e desenhadas por Terry Dodson -, recuamos – tal como aconteceu em “Star Wars Darth Vader”, também editado pela Planeta – até final do episódio IV: Uma Nova Esperança (1977), precisamente no momento em que as medalhas de mérito estão a ser entregues. À semelhança do melancólico Spock, Leia busca a razão histórica nas dramáticas consequências do genocídio de Alderaan.
Nesta adaptação da saga Star Wars, Leia surge como uma “heroína de acção ao gosto dos tempos actuais, em sintonia com as reivindicações sobre o necessário protagonismo feminino na sociedade e na ficção“. As palavras são de Javier Agrafojo no prefácio, onde salienta que a faceta mais interessante de Leia nesta versão servida às tiras passa pelas suas preocupações éticas, seja ao nível da responsabilidade do comando, à insensatez dos fundamentalismos ou à aposta na integração social, temas que passam ao lado da cosmologia oferecida pela Lucas Films.
Leia surge, nesta adaptação que oferece um novo marco de aventuras galácticas – sem com isso desrespeitar a cronologia original ou o legado cinéfilo -, como uma heroína moderna, repelindo o radicalismo ideológico e louvando o multiculturalismo.
Escapando à tarefa que lhe havia sido atribuída, Leia embarca numa missão que tem como destino Naboo, o planeta natal da sua verdadeira mãe, cuja identidade ignora ainda neste ponto da narrativa. Com a cabeça a prémio e a vontade clara de não chorar os mortos, Leia contará com a preciosa ajuda de Elaan, uma monárquica convicta que decide preservar o legado e a vida da princesa.
Quanto à missão, trata-se de “encontrar, reunir e proteger os sobreviventes de Alderaan“, planeta que nos seus melhores tempos ficou conhecido como um guardião da beleza, da natureza, da poesia, da filosofia, da arte, da alta-costura ou da culinária. Uma missão que, para Leia, visa seguir um dos lemas herdados do pai: manter a cultura na criatividade, no amor e na vida. Uma BD com um toque feminista de guerrilha que agradará aos fãs da saga Star Wars.
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