“Sob o comando de Darth Sidious, Vader é um cão de caça sem outra vontade que a obediência cega. Assim o conhecemos na sua estreia no grande ecrã no longínquo ano de 1977 com Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança, precisamente no ponto de partida para a presente colecção de banda desenhada.”
Javier Agrafojo
Vader, já se sabe, é tudo menos um vilão comum. Ele, que atirou com a paciência às urtigas e decidiu enveredar pelo lado mais fácil e negro da Força, é um caso sério de vilanagem, e muitos são aqueles que, perante a questão de designar a personagem favorita de Star Wars, o escolhem sem sequer pestanejar. Vader conserva as habilidades como intrépido Jedi, a manipulação da Força a esmerada esgrima do sabre de luz, mas tem a vontade corrompida e a liberdade subjugada. Porém, o estado de graça é tal que Darth Vader tem agora uma colecção de banda desenhada com o seu nome, e que chega agora ao segundo volume numa parceria entre Gillen, Larroca e Delgado – numa edição da Planeta.
Com a destruição da Estrela da Morte e a sua lealdade questionada, servir o Imperador deixa de ser uma prioridade para Vader, que passa a estar obcecado em encontrar o jovem piloto que conseguiu tamanha proeza – para, mais tarde, descobrir que se trata do seu próprio filho.
Juntamente com Aphra – ou Arqueóloga Doutora Aphra para puxarmos dos galões -, Vader irá embarcar num perigoso e secreto plano que envolve roubar o Império, com o intuito de ter uma fábrica de dróides, os caçadores de recompensas na mão e dinheiro a rodos.
Quando o dinheiro desaparece, o General atribui a Vader a missão de encontrar o culpado, mas aquilo que aparentemente seria fácil – arranjar um qualquer bode expiatório – torna-se complicado quando Thanoth, que esconde uma costela de inspector intergaláctico, é indigitado para trabalhar com Vader nesta missão.
Tanto em termos de história como das próprias ilustrações, Star Wars Darth Vader equilibra com muito estilo o cânone fílmico e o factor novidade, o que confere uma voz muito própria a esta colecção, onde o humor está sempre presente. Como quando Aphra, que vai caminhando sobre gelo fino, diz a certa altura sobre Vader: “Um dia espero ultrapassar esta fase do será-que-ele-me-vai-matar do nosso relacionamento.“
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