Com assinatura – história e desenhos – de Tatsuya Endo, “Spy Family 7” (Devir, 2023) é um dos mais castiços volumes até agora publicados desta muito original série de mangá, que nos vai mostrando que uma família, muitas vezes, se constrói a partir de lugares improváveis.
Na desejada conversa com Donovan Osmond, Forger – nome de código: Crepúsculo – não consegue grande coisa, além de ver o seu nome decorado e perceber que Osmond não tem uma grande relação com o seu filho Damian.
Na escola, aqui servida como “a linha da frente da Guerra Fria”, Damian anda a dar tudo, obcecado em conquistar mais estrelas de mérito. Para tal estuda até tarde, mesmo com castigos à espreita, como ajudar a governanta ou não poder sair do dormitório. Damian acaba por ir fazer uma viagem ao ar livre, com os seus amigos e um professor louco, que vai atirando pérolas como esta à canalha: “O tremeluzir das chamas, a madeira crepitando. O rumorejar das folhas, o odor da terra. Deixar o corpo absorver tudo isso não é nada mau, pois não?”. É este prof que ensina a Damian que o estudo não é a coisa mais importante, sendo necessário parar para apreciar as coisas boas da vida: “A capacidade de desligar está directamente relacionada com a memória e a criatividade”. Uma visita baptizada de “sessão de estudo no exterior”, e que na verdade foi uma manobra de diversão orquestrada pelo professor Andersen, que percebeu que Damian se andava a esforçar demasiado nos estudos esquecendo tudo o resto.
Mas nem só de Damian se espreme o sumo deste sétimo volume: Bond, o cão com visões, tudo fará para escapar aos cozinhados de Yor; Yuri, o irmão de Yor; tem como missão descobrir Franklin Perkin, um ex-jornalista que escreve livros de propaganda contra o governo da Ostania; Yor, conhecida nos bastidores da Princesa dos Espinhos, tenta proteger os sobreviventes de um clã que governa o crime organizado e tem meio mundo à perna; quanto à pequena Anya, ouve o boato de que as turmas vão ser divididas por resultados, o que sigifica que será encaixada na Turma Abaixo de Todas – há, porém, uma lenda que passa pelos frutos do conhecimento, capazes de dar inteligência extra – ou de transformar quem os come – em escolásticos imperiais.
O final, esse, leva-nos a bordo de um cruzeiro, com Yor em missão e a restante família numa aparente diversão. Uma coisa parece certa: Spy Family não é série para meter água.
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