Chegada à redonda marca de 10 títulos, Spy Family chega-se à frente com um dos mais conseguidos volumes até à data, mostrando que Tatsuya Endo pode mudar de direcção sempre que lhe apeteça sem que o argumento perca o embalo. Depois de uma missão a bordo de um cruzeiro de luxo ou de um terno momento dedicado ao espírito canino, é tempo agora de regressar ao passado do jovem Crepúsculo.
Sem uniforme militar mas parte do Exército, Loid pertence ao grupo de crianças que, cantando, formam “Os Quatro Bravos Mosqueteiros”. A Guerra, porém, transforma o inocente Loid num adepto da vingança, entregue a uma missão de vida: “Levaram-lhe tudo aquilo que ama. Sobrara no mundo apenas aquilo que odiava”.
Quem está em alta neste “Spy Family 10” (Devir, 2024) é Yor, tentando deslindar, tendo como fundo uma imaginária e muito Pulpiana “Common People”, como se poderá tornar numa pessoa comum, daquelas que sabem onde comprar os doces crocantes de que a filha tanto gosta. “Quando é que conseguirei habituar-me a ser «comum»?”. Um salvamento num centro comercial acaba por levá-la a conhecer a Associação das Damas Patriotas, dando a Loid uma inesperado mas muito bem-vindo plano alternativo para entrar na vida íntima dos Desmond.
Para as páginas finais ficam duas mini-missões de sonho, para além de um posfácio comemorativo desta primeira dezena de edições. Todas as famílias são psicóticas, já dizia Douglas Coupland, mas esta família tem um toque extra de modernismo. Venham mais 10!
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