É mais uma nova série mangá – ou, neste caso, um um shonen (para jovens a partir dos 8 anos) – publicada com o selo da Devir, que junta a arte de bem espiar – e o estilo – de um James Bond, a disfuncionalidade relacional da família Adams e um refinado – e muito telepático – sentido de humor.
No centro da acção está Crepúsculo, um espião com provas dadas, homem de mil disfarces e outras tantas máscaras, que atirou com a banalidade às urtigas: “Matrimónio? Alegrias quotidianas? Joguei-os no caixote do lixo, junto com os meus documentos no dia em que me tornei espião”. Porém, quando entra em jogo um alvo chamado Donovan Desmond, um membro do Partido Nacional que raramente aparece em público, Crepúsculo irá abraçar a mais difícil de todas as missões: “casar e fazer um filho”.
Sob o disfarce de Loid Forger, um psiquiatra sem diploma ou consultório, terá de arranjar forma de matricular um filho não existente num colégio de queques, de modo a aproximar-se de Desmond através do filho deste. Decidido a não fracassar, Crepúsculo acaba por adoptar uma silenciosa rapariga e, pelo caminho, ainda arranja forma de se enturmar com uma bela rapariga, que as falsas amigas consideram estar no bom caminho de se tornar uma velha solteirona. A verdade é que o lado secreto não é coisa para se mostrar a ninguém, e cada uma delas esconde algo que fará desta a mais disfuncional – mas nem por isso menos feliz – família do mangá actual.
Humor, escárnio e acção numa série que, até à data, conta com sete volumes publicados no Japão, estando a versão inglesa nomeada para os Prémios Harvey na categoria de Melhor Mangá. Vale bem a pena espreitar.
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