Melhor Série, Melhor Desenho, Melhores Capas e Melhor Argumento. Foram estes os prémios que Saga levou para casa na última edição dos Eisner, fazendo desta série, escrita por Brian K. Vaughan e desenhada por Fiona Staples, a BD mais premiada de sempre dos Eisner na categoria de Melhor Série, ultrapassando um mito chamado Sandman.
Neste álbum com edição da G. Floy, que reúne os números #31-36 originalmente publicados em formato comic, acompanhamos Hazel no momento difícil mas muito marcante em que inicia a sua vida escolar. Hazel que foi raptada pelo Reino Robot, encontrando-se num campo de detenção em Terravista.
Enquanto isso, os pais tentar forjar uma aparentemente inalcançável aliança com o Príncipe Robot IV, que vive exilado juntamente com Escudeiro, o seu filho, e Ghüs, um estranho animal com ar de Sancho Pança. Príncipe Robot que parece ter esfriado a sua relação com Alana e Marko: “São uns narcisistas fetichistas. E todos os que estão próximos deles, morrem“.
Neste volume surgem também Upsher e Doff, dois jornalistas que parecem ter encontrado o furo do século: um soldado de Terravista fugiu com um inimigo da coroa, numa relação para lá do incestuoso que gerou uma filha ilegítima. Tudo parece correr bem, até darem de caras com um mercenário armado e um cão feroz.
A escrita de Vaughan mantém-se refinada, seja falando na fragilidade da infância – “Qualquer que seja a liberdade que lhes dêem, a maioria das crianças continua a ser uns adereços glorificados, cuidadosamente levados de um local seguro para outro. Não somos crianças, somos ovos. Mas, cedo ou tarde, esses ovos começam a partir-se” – ou naquilo que mais nos une e ao mesmo tempo nos afasta – “Acabei por descobrir que as culturas lutam pelas mesmas razões que as pessoas. Não é por sermos assim tão diferentes uns dos outros… É por sermos mesmo tão parecidos“.
Quanto a Fiona Staples, continua a levar o leitor ao estado de delírio, com um uso desregrado da cor e a criação de um universo singular feito de criaturas fantásticas e cenários que são pura e dura ficção científica.
Em Outubro deste ano chegará às livrarias e quiosques o volume 7 e, quando espreitar a Primavera de 2018, será lançado o volume 8, fazendo com que a edição portuguesa esteja a par da americana. Se tiverem de escolher uma só série para levar para casa, não hesitem. “Saga” é o melhor que anda por aí.
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