Nestes primeiros dois meses da nova época literária, a Caminho arranca as raízes da Expansão Portuguesa, desce até às Minas de São Francisco e põe a tocar um disco de Joly Braga Santos. Os mais novos, para além de uma demonstração a preceito de um Secador de Livros feita por Carla Maia Almeida, podem contar com novos livros de Mia Couto e Sandro William Junqueira.
“Raízes da Expansão Portuguesa” |António Borges Coelho
Lançamento: 11 Setembro
Castela ainda ficara com a coutada do reino de Granada para o saque e a pilhagem. Os portugueses, esses, tinham de ir assaltar as terras de além-mar e depressa enquanto os poderosos vizinhos se entretinham a mastigar aquele saboroso bocado peninsular. Depois seria mais difícil e, mesmo agora, não deixarão de invocar na Cúria Pontifícia o seu direito à conquista de Belamarim. E eis que, anos depois da vitória de Aljubarrota, uma armada de 200 velas aporta de surpresa à velha cidade mourisca, sangrando lhe completamente a riqueza.
Este foi o livro que, em 1964, levou o autor a um longo interrogatório na Pide, sob a alegação de que «o declarante desvirtua algumas das páginas mais brilhantes da nossa História, adulterando sacrilegamente [sic] os factos e classificando de “abutres” homens que foram heróis e foram santos».
“As Minas de São Francisco” | Fernando Namora
Lançamento: 11 Setembro
As terras eram férteis, mas o tempo era de escassez e de sangramento da esperança. O tempo que nos é contado é o do pós-Segunda Guerra Mundial, num país ainda mergulhado em pobreza e parcos sonhos. É a narrativa de um lugar que aos nossos olhos parece remoto, mas que reflete exemplarmente o que era um país da feito soma de lugares remotos, sedentos de esperança e de dignidade. Este é o lugar para onde nos transporta Fernando Namora. Deste Minas de San Francisco, um dos mais imprescindíveis dos seus livros, levamos um murro no estômago e saímos com um banho de humanidade.
In Prefácio de Mariza Matias
“Joly Braga Santos” | Álvaro Cassuto (coordenação)
Lançamento: Setembro
Quando, em janeiro de 1993, o Governo me incumbiu de formar e desenvolver a recém-criada Orquestra Sinfónica Portuguesa, um dos meus objetivos foi que ela se afirmasse no plano internacional através da gravação e difusão internacional das principais obras orquestrais dos nossos compositores.
Após uma fase preparatória, em 1997 gravámos o primeiro CD com a 1ª e 5ª Sinfonias de Joly Braga Santos para a etiqueta MARCO POLO, subsidiária da NAXOS. Face ao sucesso da iniciativa e o entusiasmo da Crítica internacional, em 1998 gravámos o segundo CD com a 3ª e 6ª Sinfonias, que mereceu idêntica receção internacional. Hoje existem no catálogo da NAXOS, e assim no mercado internacional, 20 CDs com um total de 70 obras que gravei com diferentes orquestras, das quais 30 são de Joly Braga Santos.
Ao mesmo tempo que este compositor se tornou numa figura consagrada no plano discográfico internacional, é incontestável que a sua personalidade e Obra são pouco conhecidas. Assim, quando o empresário britânico Stephen Connock me convidou para colaborar na publicação de um livro no 30º ano da sua morte para lhe fazer justiça internacionalmente, não hesitei um segundo.
“Secador de Livros” | Carla Maia de Almeida e Sebastião Peixoto
Lançamento: 25 Setembro
O amor da família Bronca pelos livros era tão grande, tão forte, tão dedicado, tão obsessivo, tão alaropante, que acabou por se transformar num problema.
Quando começavam a ler era como se entrassem noutro mundo. E gostavam. Gostavam tanto que já não queriam sair mais.
“A Água e a Águia” | Mia Couto e Danuta Wojciechowska
Lançamento: Outubro
“As Palavras Que Fugiram do Dicionário” | Sandro William Junqueira
Lançamento: Outubro
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