Aelin Ashryver Galathynius. É este o nome que agora interessa fixar, pelo menos para questões oficiais, daquela que antes conhecíamos por Celaena Sardothien. Após o terceiro e transformador volume, onde cruzou caminho com Rowan – um aliado para a vida que é bem capaz de ser a sua cara-metade -, Celaena volta a vestir a pele de assassina, regressando a Rithfold para os tão desejados ajustes de contas: com Arobynn Hamel, o rei dos assassinos e seu antigo mestre, e o rei de Adarlan.
Estamos em “Rainha da Sombras” (Marcador, 2024 – reimpressão), o quarto volume da série Trono de Vidro, provavelmente a melhor das séries assinadas por Sarah J. Maas. Nas ruas de Aderlan, o exército real mudou de vestuário. “Talvez o rei de Aderlan se tivesse cansado de fingir que era tudo menos uma ameaça e tivesse anunciado um decreto real para que abandonassem o carmesim e o dourado tradicionais do império. Negro como a morte; negro como as duas Wyrdkeys; negro como o negro dos demónios Valg que o monarca usava agora para organizar um exército irrefreável”.
Num lugar onde a magia foi suprimida, Celaena reencontra Chaol Westfall, o antigo líder do exército real – e noutra vida amante – que se transformou agora no líder dos rebeldes. Outro dos reencontros é com Arobynn que, como sempre, parece ter a faca e o queijo na mão, propopondo ajudar Caelena em troca de uma entrega. “Há criaturas à espreita na minha cidade. Criaturas que usam corpos de homens com roupa. Quero saber o que são”.
Num volume onde nascem novas personagens, outras há que ganham um merecido e por vezes trágico destaque, mas é sem dúvida Manon Bicopreto, a herdeira do clã de feiticeiras Bicopreto, que continua a deslumbrar. Percebendo que poderá não ser mais do que um joguete nas mãos do duque Perrington, que quer fazer do seu clã uma raça procriadora de estranhas criaturas, Manon decide arriscar tudo numa aliança surda improvável, que aguça ainda mais o interesse pelo quinto volume, já disponível nas livrarias. Um livro que se vê precedido por um duplo regresso: o da magia e o regresso a casa, bem ao estilo do desenlace do Senhor dos Anéis. O melhor de tudo é que ainda vamos ter quatro volumes até ao desfecho final.
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