As princesas existem? Ou serão ficções, fruto da nossa imaginação? E quem são as princesas? Filhas da Rainha e do Rei? Mulheres bonitas e formosas? Um elogio a uma mulher graciosa? Ou, simplesmente, uma palavra carinhosa?
“Princesas que Mudaram a História” (Nuvem de Tinta, 2020) reúne oito contos de princesas do rock, do cinema, das palavras, da maratona, da moda, da paz ou da princesa que salvou o príncipe. Mulheres que não dão filhas de reis nem de rainhas. Mulheres que são graciosas, bondosas, deslumbrantes, inovadoras, audazes. Mulheres que não fazem parte de um conto de fadas, que não nasceram princesas. Tornaram-se princesas na luta dos seus sonhos, na sua bravura, na conquista de novas formas de ser e estar no mundo. São oito mulheres incríveis que inventaram outra forma de ser princesa. Estas não são princesas muito conhecidas, por isso aqui fica o convite para conheceres as histórias de princesas que nunca te contaram.
Patti não era estranha, era especial. A sua mãe sabia disso desde o seu nascimento. “Patti começou a dar concertos em sítios pequenos, onde o público se deixava levar pela música das suas palavras, dançando como louco. Umas vezes de felicidade, outras vezes só como louco”. Pouco a pouco, Patti Smith tornou-se por mérito próprio “uma princesa com um disco, uma guitarra e centenas de palavras que brotavam da sua imaginação”.
As palavras são poderosas. Há umas que, por mera magia, nos transportam para mundos inesquecíveis, proporcionando a vivência de paixões arrebatadoras. A princesa Karen Blixen, a princesa das palavras, ensinou-nos o verdadeiro significado da palavra amor.
Há princesas que não param de correr para abrir novos caminhos e transformar sonhos em realidades. Como Kathy Switzer, a princesa que “conseguiu que todas as mulheres se pudessem inscrever oficialmente numa maratona“.
No mundo de princesas e príncipes, o amor reina. Quando duas pessoas se encontram e ”ficam com borboletas na barriga”, a verdadeira história de princesas e príncipes começa. É o que aconteceu a Michelle e Barack Obama.
No mundo das princesas, os trajes encantam a corte. Mary Quant, a princesa da moda, deu ao mundo a moda mais irreverente – “a saia mais famosa do mundo”, ou mini-saia. Há princesas que inspiram, criam e mudam os hábitos. Mudar hábitos é tarefa árdua, algo que só algumas princesas idealistas e com “um dom excepcional para entender os outros” conseguem. Malala, princesa da paz, um dia gritou, bem alto, ao mundo: “Um aluno, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”. Quiseram silenciá-la, mas o seu grito chegou a “todos os olhos, a todos os ouvidos e sábios de todo o mundo tomaram uma sábia decisão: dar-lhe-iam o Prémio Nobel”.
O livro não podia terminar sem se falar do mundo da fantasia, de um lugar onde habitam muitas princesas – o cinema. É lá que mora Penélope Cruz, a princesa espanhola que recebeu um Óscar e se tornou numa rainha da sétima arte.
Há princesas que não esperam pela chegada do príncipe valente, robusto e salvador, de todas as situações perigosas e ameaçadoras. Há princesas incríveis, verdadeiras heroínas. Princesas que se tornam princesas pela força dos seus sonhos e determinação. E tu? Já conquistaste o teu reino? Queres contar-nos que tipo de princesa és?
Virginia Mosquera nasceu em Madrid em 1974. Formada em Ciências da Informação, é escritora, criativa, guionista e, recentemente, mãe de dois filhos. Actualmente trabalha como directora criativa na McCann, uma agência de publicidade.
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