“Porque tem a Arte tanta gente nua?” (Bizâncio, 2017). Esta é apenas uma das muitas perguntas colocadas por Susie Hodge nesta bem conseguida edição de capa dura, que oferece perguntas e respostas, sempre directas e na maior parte das vezes divertidas, sobre as artes visuais, desde a Arte Rupestre ao Cubismo, do Renascimento à Arte Contemporânea.
À pergunta título do livro, por exemplo, a resposta vai mais ou menos assim: a culpa é muito provavelmente dos gregos, que diziam que o corpo nu e belo deveria ser estudado – e pintado ou esculpido, portanto.
Mesmo para graúdos – o livro está apontado aos jovens leitores -, este livro conduzirá ao aparecimento algumas gargalhadas, oferecendo também alguns conhecimentos e muitas curiosidades sobre arte: Mondrian via as molduras como paredes, e por isso pintava as suas telas até à margem; já o artista Marc Quinn usou o seu sangue para encher um molde na sua cabeça, que tinha de ser mantido congelado, como forma de recordar a fragilidade da vida. Ele que, provavelmente, tem em sua casa um congelador gigante, uma vez que vai repetindo a brincadeira a cada cinco anos para registar o próprio envelhecimento.
Há perguntas como “Onde vão os artistas buscar as suas ideias?”, “Porque é estranha alguma arte?” ou “Tanta fruta para quê?”, fazendo deste livro uma porta de entrada global para a arte reunida nos museus deste mundo e colocando, em néons iluminados, a definição aberta de arte: fazer-nos pensar de novas maneiras.
Sem Comentários