Trata-se do terceiro volume da colecção Património Natural do Mundo, um álbum de grande formato que vive essencialmente de fotografias que misturam o espírito National Geographic com um intensificador de brilho e cores moderado, permitindo-nos fazer uma viagem à volta do globo para conhecer alguns dos seus locais mais incríveis, entre parques nacionais, regiões protegidas e reservas da biosfera mundiais.
Estamos em “África” (Círculo de Leitores, 2019), lugar de animais extraordinários tão elegantes como o leopardo, e com nomes estranhos como porco-formigueiro, caracal ou raros como o ocapi, o gorila-das-terras-bravas ou o rinoceronte-negro – e onde existe o maior deserto mundial e as mais grandiosas reservas naturais do planeta, com uma dicotomia conciliável entre florestas ancestrais e reservas marinhas.
Na visita ao Norte de África, África Ocidental e Central, recusa-se a ideia de o Saara ser monótono, escondendo “um verdadeiro poço de surpresas inimagináveis” como vulcões misteriosos, vestígios de mares primordiais e singularidades como os crocodilos-anões. Mas também chacais e javalis, escorpiões e víboras-de-chifres, águias, falcões e abutres, num lugar onde o Nilo é o único rio que corre ininterruptamente entre uma aparente crueldade geográfica. Há, por aqui, reservas de fazer cair o queixo e jardins zoológicos sem grades.
A África Oriental e Oceano Índico são o lugar do “Corno de África”, junto ao estreito marítimo entre África e a Península Arábica. A casa de uma população etnicamente mista, que vive num clima seco com uma fauna e flora singulares, com uma grande variedade de espécies endémicas – qualquer coisa como um hotspot de biodiversidade. Um espaço de sobrevivência onde se descobrem paisagens épicas.
A fechar o passeio temos a África Austral, geografia por excelência da diversidade paisagística e dos contrastes, entre “regiões desérticas secas e empoeiradas” e “cenários subtropicais e abundantemente aquáticos”. Como o Deserto do Namibe, o mais seco do mundo, a exuberância do verde trazida pelo Atlântico e uma paisagem de savana e mato por onde serpenteia um sistema fluvial “cujas amolas ramificações se assemelham a artérias do corpo humano”.
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