Quem vive em Setúbal ou é conhecedor da muy peculiar linguagem sadina, provavelmente já terá dado de caras com uma T-Shirt que, trazendo para a estampa uma das diversas expressões populares – cortesia do Charroque da Prrofundurra -, mostra orgulhosamente um “A nha mãe é melhorr cátua”.
No caso de Luísa Ducla Soares, o género escolhido foi outro mas, quanto à mensagem de orgulho, essa é exactamente a mesma, transmitida através de “Pai, Querido Pai!” (Texto, 2018). Um livro que nos apresenta, em estilo de competição pelo título de melhor pai – ou, a certa altura, pela taça do pai de lata -, os vários tipos de pai que poderemos encontrar por aí, associados sempre a uma profissão: temos o pai bombeiro, que acode nas aflições; o pai equilibrista, que faz ginástica para o dinheiro chegar até ao fim do mês; o pai turista, que só aparece nas férias e fins-de-semana; ou o pai relojoeiro, que marca horas para tudo, seja para acordar, comer, estudar, ver televisão ou ir à casa de banho.
Cada um dos estilos tem uma página só para si mas, se olharmos bem, um pai terá de ter um pouco de várias destas profissões, de modo a enfrentar essa fantástica e louca aventura conhecida como parentalidade. Mais um título que se vem juntar à extensa bibliografia de Luísa Ducla Soares, que anda há já muitos anos nesta vida de escrever para a pequenada.
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