Há uns bons anos, o mundo da música ficou surpreendido com o renascimento de Nat King Cole que, do outro lado da mortalidade, acabava de “gravar” um dueto com a filha. Já este ano, os fãs de Banda Desenhada e incondicionais de Astérix e Obélix foram também apanhados de surpresa com o anúncio de um novo álbum da dupla Uderzo e Goscinny, este último a escrever para lá das nuvens desde 1977.
“Os XII Trabalhos de Astérix” (Asa, 2016), lançado mundialmente no passado dia 19 de Outubro, apresenta textos segundo o argumento de René Goscinny e desenhos de Albert Uderzo. Trata-se de uma nova edição, revista e re-ilustrada, preparada para assinalar o 40º aniversário do filme de animação homónimo, que estreou no dia 20 de Outubro de 1976. A capa foi desenhada especialmente para a ocasião pelo mestre Uderzo, e as mais de 40 ilustrações de grande formato apresentadas tinham, até agora, permanecido inéditas.
A fim de valorizar o argumento e os diálogos criados por Goscinny para o filme lançado nos anos 1970, Uderzo saiu-se com uma paginação inédita: a partir de mais de mil esquissos e model sheets originais que tinha realizado à época, supervisionou agora todo um trabalho de criação e de restauro para este novo lançamento, que apresenta mais de 40 ilustrações inéditas, apresentadas em páginas inteiras, passadas a tinta e coloridas a aguarela.
O mais popular filme de animação de Astérix foi inspirado na Antiguidade e nos 12 trabalhos que Hércules, ainda que este último os tenha realizado como penitência após ter assassinado a mulher e os três filhos. Aqui é Júlio César que se chega à frente, desafiando os gauleses a realizarem uma dúzia de provas. Se falharem, terão de se curvar perante o Império Romano. Se vencerem, o imperador promete considerá-los deuses, dando-se por vencido, depondo as armas e deixando os gauleses entregues aos gauleses.
Ainda que sem conhecerem as provas os gauleses tratam logo de aceitar, designando Astérix, o mais sagaz, e Obélix, o mais forte, como os seus representantes. Será esta a dupla que terá de superar um conjunto de provas marcadamente físicas, como vencer Merinos – o campeão da maratona – na corrida, terminar até à última migalha a refeição preparada por Mannekempix – o cozinheiro dos Titãs – ou escalar a mais alta montanha e decifrar o enigma do Venerável do Cume. Um álbum para recordar os tempos áureos deste bando de irredutíveis gauleses ou, para outros, uma forma de conhecerem uma das mais célebres duplas da BD mundial.
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