Deve ser um caso raro no universo mangá. Em “Vamos a Isto!” (Devir, 2025), o 20º volume da série One-Punch Man, não há sombra do protagonista que, dizem alguns, andará à cata de… promoções. O que, diga-se, vai de encontro ao espírito desempoeirado de Saitama: alguém que, um dia e como quem acorda e decide ir comprar pão e o jornal desportivo, resolve ser um herói, de forma a combater, mas apenas nos tempos livres, o mal que ameaça os seres humanos. O que, aparentemente consegue fazer usando apenas um golpe – daí o One-Punch Man do título.
Por esta altura, os heróis da Classe S estão reunidos para preparar a estratégia de batalha contra a Associação de Monstros, mas a verdade é que a coisa está mais difícil do que uma sessão do Fórum Económico Mundial. Pelas contas dos heróis, cada um terá de lidar com 60 monstros, e até há quem acredite que alguns deles poderão ser salvos: “Se virem monstros com roupas de prisioneiro… deixem-me lidar com eles. Quero salvá-los”.

Depois de saber que tem para si reservado um papel secundário, remetido à superfície para tratar dos monstros que escaparem, Máscara Doce chega-se à frente, invocando que os heróis da classe S estão longe de dar o litro. A desconfiança em relação a Silver Fang permanece, mas um Kang falador acaba por voltar a colocar Fang na equação, que acaba por sugerir um plano alternativo – e secreto – a todos os outros: “Não querem ir buscar o Capa Careca e o Ciborgue Demoníano e entrar secretamente no esconderijo comigo?”.
Com personagens tão emblemáticas quanto o Imperador Virgem, adepto de chupas e brinquedos, ou do Grande Rinoceronte Lutador, que mais parece um daqueles bosses imbatíveis dos jogos de luta, este volume abre as portas ao assalto final, para além de nos deixar com uma grande verdade Punchiana: “Não são só os heróis das classes mais altas que são bons a combater”.
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