“Estou a começar a sentir vergonha por estar a lutar contra eles…”. As palavras meio envergonhadas, ditas com o nível de auto-estima nos píncaros, são de Zoro, que com toda a gente a dormir está em modo sozinho contra o mundo. Isto depois de perceber que, por detrás da hospitalidade da cidade de Whisky Peak, se escondia um covil de caçadores de recompensas, lar de uma organização criminosa meio secreta conhecida como Baroque Wars, que pretende criar a nação ideal.
Bem vindos a “One Piece 5: Está Tudo Bem!!!” (Devir, 2024), livro que reúne os volumes 13, 14 e 15 da imperdível série original, misturando boa fantasia, grandes personagens, um humor refinado e uma trama que está ao nível da melhor literatura.
Enquanto Zoro se diverte – pouco, aparentemente – a tratar da saúde a todo o tipo de malfeitores, Mr. 5 – um homem-bomba que consegue explodir qualquer parte do corpo – e Miss Valentine, agentes oficiais da Baroque Wars, visitam Whisky Peak à procura dos traidores que revelaram a identidade do seu boss: Igaram, o capitão da guarda real do reino de Alabasta, e a princesa do reino de Alabasta, Nefertari Vivi. De homem invisível, o boss passou agora a ter nome e rosto: Crocodile, um dos membros dos míticos sete grandes corsários.
Alabasta foi, em tempos, a nação mais civilizada da Grand Line, mas os movimentos revolucionários fizeram com que a Baroque Wars tomasse conta das operações, calando qualquer indício de motim.
Destaque para a paragem semi-forçada em Little Garden, lugar habitado por dinossauros e dois gigantes com ar de viking que se degladiam há décadas, e que tentam desesperadamente encontrar um novo stash de bebidas alcóolicas.
No volume 14 é tempo de conhecermos a história – incrível – destes dois gigantes – Dorry, o Ogre Azul e Brogy, O Ogre Vermelho -, antígos líderes dos piratas guerreiros gigantes, um grupo que devastou os mares e fez arder cidades. A recompensa pelas suas cabeças permanece, pelo que valerá de tudo para que a Baroque Wars cumpra esta dupla missão – a das cabeças e levar à justiça a dupla que revelou a identidade do boss.
Há também, neste volume, um combate que mais parece uma animação de feira popular, com bonecos gigantes e uma ameaça muito concreta de transformação em cera, para a qual Zoro desenvolve estratégias tão estranhas como cortar os pés para lutar.
No volume final – 15 – assiste-se a mais uma habitual partida, agora com o navio em direcção a Alabasta, tentando salvar uma tripulante que vai ardendo em febre. Para não revelar muita coisa, diremos apenas que encontraremos um barco submerso, um país sem nome onde o médico é uma bruxa e rumores de que, no próximo livro, há um novo membro da tripulação a caminho. Uma série obrigatória, que faz de cada volume uma festa.
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