Três Anéis para os Reis Elfos de céus cobertos,
Sete aos Senhores Anões nos seus rochosos paços,
Nove para os Homens Mortais da morte certos,
Um para o Senhor das Trevas no seu negro trono
Na Terra de Mordor onde moram as Sombras.
Um Anel para todos dominar, Um Anel para os encontrar,
Um Anel para os trazer a todos e na treva os amarrar
Na Terra de Mordor onde moram as Sombras.
Para aqueles que gostam da literatura fantástica, não ter lido os três volumes de “O Senhor dos Anéis” é um pecado semelhante ao de ver um católico negar uma contribuição para o peditório da igreja ou, então, ouvir um cinéfilo dizer que o “Padrinho 2” não é o melhor dos três. Afinal, foi Tolkien que praticamente inventou a fantasia e, mesmo com a explosão deste género literário em anos mais recentes, será sempre o seu deus maior.
J.R.R. Tolkien (1892-1973) nasceu a 3 de Janeiro de 1892 em Bloemfontein, Inglaterra. Depois de ter combatido na Primeira Guerra Mundial, dedicou-se a uma ilustre carreira académica, sendo reconhecido como um dos grandes filólogos do planeta. Foi, porém, a criação da Terra Média e O Senhor dos Anéis a trazer-lhe a celebridade, a que se juntaram clássicos intemporais como O Hobbit ou O Silmarillion. No grande ecrã, Peter Jackson tratou de o eternizar para as vindouras e pouco literárias (ou não) gerações, sobretudo com a estupenda adaptação de O Senhor dos Anéis.
Com o selo da Planeta, editora que se tem dedicado a publicar todo o legado deixado por Tolkien – que, depois da morte do filho Christopher, terá de ficar noutras mãos -, está disponível nas livrarias uma nova edição da trilogia, que tem início com “A Irmandade do Anel” (Planeta, 2021). Uma edição que chega com umas bem desenhadas capas, onde ao fundo negro se juntam a trama hieroglífica em dourado e círculos de cores vivas.
Na verdade, e de acordo com o plano original de Tolkien, O Senhor dos Anéis é um único romance, composto de seis livros mais apêndices, mas acabou por vingar sob a forma da trilogia, composta por “A Irmandade do Anel”, “As Duas Torres” e “O Regresso do Rei”.
Tudo começa no Shire, numa remota – e quase adormecida – aldeia, onde um jovem Hobbit, de seu nome Frodo, será incumbido de uma gigantesca tarefa por Bilbo Baggins. Um elfo que parece ter ganho a eterna juventude mas que decide, no dia do seu aniversário – o 111º -, dedicar-se à reforma, partir para um isolamento ao estilo de um SPA e escrever o seu constantemente adiado livro de muitas memórias.
A missão entregue a Frodo é de monta: viajar, em boa companhia, através da Terra Média, na direcção das Fendas da Condenação, onde terá de destruir o Anel do Poder Soberano – a única forma de impedir que o Senhor das Trevas imponha o seu domínio maligno sobre toda a Terra Média. Pelo caminho há anões, árvores falantes, elfos e outras criaturas fantásticas, que povoam esta obra-prima da literatura – até os GNR lhe fazem referência e homenagem em Sub-16, tema incluído no platinado “Rock in Rio Douro”.
Trata-se de uma nova tradução, feita a partir da versão mais recente do texto em inglês (que, desde 2004, ano do seu quinquagésimo aniversário, tem sofrido importantes revisões), feita de acordo com as indicações específicas deixadas por Tolkien aos tradutores.
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