O Natal já era, mas nunca é tarde para deixar o espírito natalício (re)assentar e conhecer de perto o Macaco Rabugento, que vai repetindo como um disco riscado: “Oh, Não, É Natal!” (Nuvem de Letras, 2021). Para quem ainda não conhece este espécime, estamos perante alguém que não se cansa de distribuir boa disposição pela floresta, soltando tiradas como esta: “– Não pode haver um raio de um dia bonito?”.
Nesta nova aventura, com ilustrações de grande formato que tanto mostram a beleza natural como expressam as mais básicas emoções humanas, começa-se por discutir se a vitamina está ou não na casca, o que gera opiniões bem diferentes quando é da banana que se fala. Apesar da época natalícia e do entusiasmo dos seus companheiros de selva, Quim Panzé parece não conseguir sair de um estado agitado de rabugice, queixando-se basicamente do mundo e de todas as coisas, sejam bananas verdes, o tempo chuvoso, cartões, presentes, decorações, velas ou boas acções.
Um livro sobre a amizade, no qual o gorila Norberto saca de todos os ases e salva o dia agindo como um diplomado mestre zen: “– Pode ser difícil reparar nas coisas quando não se pára de reclamar”. Nunca a rabugice teve tanta piada, numa nova aventura do Quim Panzé que mostra que os Brits é que a sabem toda: um chá resolve quase tudo.
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