Começamos a leitura pelas guardas. Em tons de rosa e azul, num florado lindíssimo, entre rosas e camélias, o leitor conhece o autor que deixa, desde logo, uma advertência: “Psiuu… Já olhaste bem para o título? Olha que ler um livro que não quer ser lido pode ser uma tarefa muito difícil. Quase impossível. Se calhar, devias ler um livro diferente, não?”.
Apesar do aviso, aceitámos ler este livro. Nesta história, que começa com o tradicional “Era uma vez…”, uma criança que não consegue adormecer pede a um crescido que lhe leia uma história, escolhendo um livro muito especial: “O Livro que não queria ser Lido” (Bertrand Editora, 2022). Um livro que não quer ser lido? A curiosidade aumenta…
Num diálogo permanente entre o livro e os leitores, o crescido e a criança, assim como entre leitor e ouvinte, inaugura-se uma aventura inesquecível. Primeiro, o livro transforma-se num volante. A seguir, ganha asas. As letras ficam muito, muito pequenas, pequeninas e, de repente, grandes, muito grandes… enormes. Às vezes mudam de sítio, ou acontecem coisas como todas as letras A serem transformadas em U. Como ficará a palavra “graça”? Lemos “jacaré” ou “jucuré”?
O crescido e a criança não desistem, e a aventura continua. O primeiro terá de ultrapassar muitos obstáculos, até que pergunta à criança: “Temos mesmo de continuar a ler o livro?”. O que será que a criança respondeu?
“O Livro que não queria ser Lido” é um livro bem-disposto, teimoso, divertido e aventureiro. Um hino ao riso e à gargalhada. Leitores crescidos, convidem uma criança para ler convosco. Experimentem!
David Sundin cresceu em Gimo, na Suécia. É comediante, argumentista, actor, e apresentador da televisão sueca. É um caso de sucesso junto dos adultos e, com “O Livro que não queria ser Lido”, abraçou a missão de conquistar as crianças.
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