“Dizem que o cérebro humano é um supercomputador incrível, capaz de um monte de coisas inacreditáveis. Mas se isso é verdade, então não percebo mesmo porque é que o meu me põe constantemente em situações idiotas”. É com esta espécie de auto-análise que principia “Fritar a Pipoca” (Booksmile, 2023), o 18º e recomendado volume d`O Diário de um Banana.
O problema de Greg é, desta vez, falta de memória, condição que não o impede de desenhar um apurado retrato da condição humana: “Andamos na escola dos 3 aos 18 anos. E depois de termos estudado tudo, temos de arranjar um emprego e trabalhar até sermos velhos. Depois, quando finalmente acabamos de fazer tudo isso, já estamos demasiado cansados para nos divertirmos”.
A escola de Greg é composta por um grupo muito sui generis de profs, entre pré-reformados e paraquedistas, o que faz com que as notas “fossem as mais baixas da cidade”, tão baixas que tiveram amplo destaque nos jornais nacionais. Com a possibilidade de a escola ser fechada, o director Bottoms regressa da reforma para meter as mãos na massa, e até Greg decide arquitectar o seu próprio plano. Afinal, há sempre a hipótese de ir parar a uma escola ainda pior.
Um volume onde assistimos a uma festa de equipamentos, folheamos livros censurados – que a biblioteca tenta contornar desenhando calças a marcador preto -, copiamos à grande como verdadeiros cábulas, participamos num tráfico alargado – o céu é o limite – e mantemos acesa a rivalidade com Blacksville. Apontado aos mais novos (+9), O Diário de um Banana continua a ser um festim para todas as idades.
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