Depois de uma birra imparável e de uma estranha e pouco própria aversão à TV, o bebé de Rui Zink e Manuel João Ramos está de volta com uma aparente crise amnésica, num álbum intitulado “O Bebé Que…Não Sabia Quem Era” (Nuvem de Letras, 2018) – o terceiro da série O Bebé Que….
Aparentemente, o pequeno rebento não terá batido com a cabeça no canto de um móvel ou dado sequer um pequeno trambolhão. O motivo para esta crise de identidade terá tido a ver com a ausência da mãe durante uma semana inteira, que aproveitou para “fazer muitas asneiras. E ter muitos caprichos”, sobretudo quando é o pai que está a tomar conta da loja.
Uma crise existencial que, depois do regresso de aventuras que incluem andar de mota ou comer gelado até que a barriga doa, parece acalmar quando se ouve o bater da porta de casa. Será um lobo? Um dinossauro? “Num Sei…”, vai repetindo o bebé até à revelação final.
As ilustrações usam e abusam da cor, carregando expressividade e jogando, na recta final e com muita perfeição, com a página dupla, contrapondo o ar interrogativo da infância aos monstros que vão espreitando atrás da porta.
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