É, muito provavelmente, a série mangá que tem o hype no ponto máximo, com a chegada às salas de cinema da sua segunda aventura em formato longa-metragem – isto após uma muito bem conseguida série televisiva.
“O rapaz que nasceu com tudo”, título atribuído ao quarto volume da recomendadíssima “My Hero Academia” (Devir, 2019), vê Midoriya atirado para o meio de uma batalha de cavalaria, de onde parece difícil sair de forma tão airosa quanto o conseguiu fazer na corrida de obstáculos do festival desportivo da Academia de Heróis.
Aqui, o objectivo é fazer com que os jovens heróis troquem a individualidade pelo forjar de alianças, enquanto fazem treinos de habilidade com membros de outras agências cativando – ou não – os muitos olheiros profissionais. Depois de 15 minutos de negociações intensas para formar 12 equipas para o campo de batalha, ninguém parece querer escolher Midoriya, que acaba por ser escolhido por Hatsume Mei, do curso de suporte, cujo objectivo é chegar às agências de design que providenciam itens e fatos aos super-heróis.
Todoroki assume o desejo de se tornar no melhor heróis de todos os tempos, querendo superar Midoriya por este lhe lembrar demasiado All Might, o eterno rival de seu pai. Nem que para isso se tenham de celebrar casamentos por habilidade, que fazem dos arranjinhos futebolescos à antiga – com vista à obtenção de nacionalidade alheia – matrimónio para meninos.
É mais um volume onde encontramos um sentido de humor refinado e muito teen, como acontece quando Midoriya pensa com os seus botões sobre Todoroki: “Com um passado destes, ele podia ser o protagonista de uma BD”. E, apesar de o objectivo de ambos ser o mesmo – chegar a nº 1 -, Midoryia quer fazê-lo de forma mais altruísta, pagando de volta a todos os que o ajudaram a chegar ao topo.
Ainda que continue com medo de usar o One For All, Midoryia vai tratando de absorver os sempre castiços mandamentos de All Might, que o ensina também sobre quais as melhores qualidades a usar: espírito, técnica, força e sabedoria. Tal como os chapéus, há por aqui muitas lições a serem aprendidas, mas talvez a mais valiosa deste volume seja esta: “Não podem depender de ninguém senão de vós mesmos”.
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