Agustín Martínez nasceu em 1975, em Múrcia, e é formado em Imagem e Som pela Universidade Complutense, de Madrid. Iniciou a sua carreira profissional em publicidade, mas a escrita de guiões de ficção para televisão logo se interpôs, tendo escrito o primeiro guião em 1999.
“Monteperdido – A Vila das Meninas Desaparecidas” (Suma de Letras, 2018 ) é o seu romance de estreia, tendo os direitos sido vendidos para mais de dez países. Um thriller psicológico de grande fôlego, cheio de surpresas e acidentes de percurso.
O capítulo de abertura mostra a paz e a alegria despreocupada da vida de duas crianças amigas (ambas de onze anos) a brincar com bolas de neve, e a imagem gravada na mente de uma delas no momento em que aparece um veado que, majestoso e destemido, se passeia calmamente junto às mães das duas crianças, Ana e Lúcia, que um dia saem da escola – numa pequena aldeia dos Pirenéus – e nunca chegam a casa.
A história começa cinco anos mais tarde quando, entre os restos de um grave acidente de viação, num acentuado desfiladeiro próximo de Monteperdido, aparecem dois corpos – o de um homem já sem vida e o de uma adolescente, ferida sem gravidade mas muito desorientada. Trata-se de Ana, uma das crianças desaparecidas, desenrolando-se a história a partir do momento em que o caso do desaparecimento das crianças é reaberto.
Ao ter aparecido apenas uma das duas vítimas, a trama segue quase cinematograficamente através do olhar dos policias que pressurosamente procuram Lúcia (viva ainda?) e, também, das famílias de Ana e Lúcia.
O livro vive do desenrolar desta trama entre passado e presente, das descrições dos lugares e pessoas e dos profusos diálogos em linguagem quase cinéfila, por vezes até muito detalhada e demorada. Apesar de morosa a história é bem contada e emocionante, culminando nas respostas sobre o porquê dos sequestros – em condições desumanas, de duas crianças – e revelando o lado mais sinistro de Monteperdido.
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