É uma das mais complexas, exigente e aventurosas séries de banda desenhada da actualidade, um misto de fantasia épica, fábula sanguinária e a Arte da Guerra de Sun Tsu convertida em desenhos, num empreendimento bem-sucedido entre Marjorie Liu (texto) e Sana Takeda (arte). “Filha da Guerra” (Saída de Emergência, 2021), o quinto de volume de Monstress, começa por recuar seis anos na linha temporal para revisitar a Batalha de Constantine, momento em que foi lançado um concertado apelo às tropas: “Preparem-se, montinhos de merda!”.
No tempo presente, os jornais da Federação chamam ao bombardeamento sobre Aurum uma “Nova Constantine”, o que apenas serve para alimentar, com mais umas acendalhas, toros de madeira e fósforos, a animosidade entre Humanos e Arcaicos.
Maika Meiolobo acha que toda a gente tem planos para si, desde o estratega Seizi, que considera que o verdadeiro truque será conquistar Thyrin, à pequena raposa, que consegue juntar-se à festa e fazer da recolha do fragmento da máscara uma missão colectiva.
São tempos extremos, nos quais Maika aceita matar e comer para sobreviver, enquanto a Baronesa se diverte a desenhar as suas exigências para a paz: “A completa erradicação da Ordem das Cumaea. Cada bruxa presa e executada. Até as noviças”. Um livro com traições pessoais, revelações privadas e sangue servido às litrosas, onde é tempo de tomar decisões difíceis e no qual Maika partilha as suas dúvidas existenciais: “Para que serve ter poder? Para que serve ser criada para o poder? Por que luto, Corvn?”. Um dilema para ser esmiuçado no sexto volume.
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