Depois de um longo interregno, a Devir fez chegar às livrarias o quatro número de Lazarus, um bom desvio da editora ao seu vasto e bem recheado catálogo de mangás, que conta com argumento de Greg Rucka, arte de Michael Lark e cores de Santi Arcas. Um mundo onde as fronteiras deixaram de ser definidas pela política ou pela geografia, entregando o exclusivo às questões financeiras. Riqueza é definitivamente poder, concentrado num pequeno número de famílias que, entre si, disputam o domínio, forjam alianças e vivem do trabalho de gente que nem à categoria de população tem direito.
Em “Veneno” (Devir, 2022), Forever Carlyle, o Lazarus – uma espécie de humanóide com super-poderes – da Família Carlyle, é enviada para Duluth com um único objectivo: impedir que a cidade caia nas mãos de Hock. “O mundo de Hock é binário. Ou se existe ou não se existe”. Tudo o resto são não-pessoas. Só há cidadãos.
Com forças reduzidas e privada de qualquer apoio, Forever lidera uma equipa de quatro homens dentro do território do inimigo, numa missão que tem tudo para correr mal. Será neste quarto volume que vamos entrar numa nova e muito prometedora fase. Forever deixou de obedecer cegamente às ordens do patronato, iniciando em lume brando a sua revolta pessoal – mesmo que esta possa colocar em risco a sua família.
Um volume onde saber mais sobre a história da gripe dos Hock – responsável pela morte de milhões -, ver Stephen Carlyle à toa quando tem de assumir as rédeas do poder e assistir à procura da cura para o pai Carlyle, a braços com um veneno que muda de estratégia constantemente e encontra novos alvos no genoma. Um autêntico filme de acção aos quadradinhos.
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