“Os gags de Lucky Luke quando era aprendiz de cowboy!” É esta a receita prometida por Achdé que, a partir do legado original de Morris, escreveu e desenhou esta série que nos mostra o mais famoso cowboy do mundo animado enquanto criança, sempre pronto a descobrir os costumes do Oeste e a seguir o legado dos mais corajosos pioneiros.
O segundo título da colecção Kid Lucky dá pelo nome de “Laço Perigoso” (Asa, 2016), e leva-nos até Nothing Gulch, o pardieiro do Oeste onde Lucky Luke cresceu, tendo de enfrentar rufias como Billy Baldwell – a quem todos se habituaram a chamar de Billy Bad.
Nesta sequência de tiras movimentamo-nos entre o destino e a sorte para conhecer a infância de Lucky Luke, uma infância onde o mais rápido do oeste a disparar o gatilho arranjou a sua estrela em forma de alcunha: “o sortudo”.
Os temas retratados são diversos, dos agitados saloons à temível forca, dos poderes ocultos dos cactos à nobre profissão dos ferreiros (os Smith, qualquer coisa como os Silva americanos), da alimentação dos cowboys ao mito da ferradura da sorte. Tudo polvilhado com o humor do velho Oeste, espremido em notas de rodapé que servem para fazer cócegas à curiosidade.
Morris, o pai de Lucky Luke, nasceu na Bélgica no ano de 1923. As primeiras aventuras de Lucky foram publicadas em 1947 no Almanach de Spirou. Nos anos que se seguiram Lucky Luke tornou-se um ícone mundial da banda desenhada, tendo Morris inspirado expressões clássicas como “o homem que dispara mais rápido do que a sua própria sombra“. Dez álbuns mais tarde conheceu René Goscinny – o brilhante argumentista de Astérix -, que passou a ficar responsável pelos textos. Morris faleceu a 16 de Julho de 2001, em plena produção dos últimos 52 episódios de desenhos animados intitulados As Novas Aventuras de Lucky Luke. O seu nome ficou eternizado na história da BD, com uma assinatura que esconde, também, uma bela banda sonora: I’m a poor lonesome cowboy and a long way from home…
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