Rurouni Kenshin foi inicialmente publicado na Weekly Shonen Jump, no Japão, em 1994. O livro, com fãs no Japão e em todo o planeta, foi rescrito e publicado como série entre 1994 e 1999, mantendo a sua popularidade até aos dias de hoje. Em Portugal, a série tem sido publicada pela Devir com o título Kenshin O Samurai Errante. Em “O Grande Incêndio de Quioto” (Devir, 2019), o 12º volume da série, Kenshin está ao nível de um Ghandi, isto se este usasse uma espada de gume invertido, ou então da redenção de um Santo Agostinho, caso substituíssemos a violência pela devassidão.
Trata-se de um volume central da história, que conta como Kenshin, o samurai que decidiu nunca mais voltar a matar, conseguiu que Hiko Seijuro, o 13º sucessor do estilo Hiten Mitsurugi, lhe passasse o segredo desta técnica, que protege as pessoas do sofrimento. Seijuro que, de todas as personagens da série, é a única cujo poder ultrapassa o de Kenshin, e que parece saber tudo sobre ele, desde ter feito xixi na cama pela última vez no Outono dos seus 11 anos a quase ter morrido a rir depois de ter comido um cogumelo venenoso – e que faz, também, um ultimato a Kenshin: se não descobrir aquilo que lhe falta numa noite, não só não conhecerá o segredo como terá de enfrentar a morte.
É durante este período de ensinamento que os membros do Juppongatana, mais conhecidos por “Dez Espadas”, chegam a Quioto liderados por Shishio Makoto, que pretende arrasar com a cidade através da propagação de um gigantesco incêndio. Para decifrar o plano de Shishio, Kenshin contará com a ajuda de Sanosuke e Saito, bem como com improváveis alianças entre rivais. O final publicita com estilo o próximo volume, antecipando um duelo onde serão 3 contra 10.
Durante o livro – e em toda a série – existem fichas sobre a criação das personagens que, para além de interessantes, mostram uma linguagem de proximidade entre autor e leitor, a que não falta um sentido de humor muito próprio do universo mangá – que, em Kenshin, passeia lado a lado com pormenores históricos, batalhas épicas e o espírito romântico do cavaleiro andante.
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