“Uma Noite Esplêndida” (Devir, 2019) é já o décimo terceiro volume da história de Kenshin mas, para aqueles que decidirem começar por aqui – ou para os que já se esqueceram de algumas coisas -, há como sempre uma introdução sumarenta, que permite que se possa apanhar a história em qualquer ponto da travessia.
Em tempos um dilacerador conhecido por “Himura Battousai”, Kenshin tornou-se um samurai decidido a nunca mais matar, tendo-lhe sido passado, pelo mestre Hiko Seijurou, sucessor do estilo hiten mitsurugi, o segredo que protege as pessoas do sofrimento. Porém, para que este segredo lhe seja revelado na plenitude, falta-lhe ainda dominar a técnica Amakakeru Ryu No Hirameki, um Battoujutsu de velocidade supra-divina.
Recentemente, Kenshin percebeu que Shishio iria lançar rumores sobre o incêndio de Quioto com o verdadeiro objectivo de bombardear Tóquio a partir do mar, tendo conseguido impedir uma catástrofe – ainda que 41 polícias tivessem perdido a vida.
O avô de Kenshin diz-lhe que Aoshi não é, no fundo, um tipo mau, mas que está a ser dominado pela vontade de ser o mais forte, tendo desaprendido a distinguir entre o bem e o mal. Kenshin recusa a missão de matar Aoshi, dizendo acreditar ainda que a essência de Aoshi é humana, e que em vez disso o trará de volta.
Do outro lado, os 10 Espadas engendram um ambicioso e pouco ético plano, desenhado por Houji, que não se importa de ser visto como uma serpente desde que a vingança seja cumprida. Um plano que Huji diz ter sacado ao universo dos…X-Men.
Entretanto, os combates terão lugar em modo 1×1, começando com Anji, um antigo monge budista que defende que “destruir e queimar este mundo para começar do zero” é o melhor remédio, contra Sagara Sanoruke, que terá de dominar o ataque da “supremacia dupla” se quer derrotar este adversário – parece ser um combate ao estilo de David contra Golias.
Há também, neste volume, uma revisitação histórica que nos transporta até ao 4º ano da era Keiou, o primeiro da era Meiji. Em resultado da declaração de unificação da religião com o Estado, o governo Meiji ordena a separação entre o Xintoísmo e o Budismo, reprimindo este último.
Nobuhiro Watsuki aposta numa relação directa com o leitor, permitindo a este último uma grande proximidade e uma relação directa com a história e as personagens. No ar fica a promessa de conhecermos a história de Yuukyyzan Anji, mesmo que, como refere Nobuhiro, se torne num “conteúdo triste”.
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