Imaginem um Chainsaw Man sem bolinha e andarão muito perto do universo de “Kaiju nº 8: Volume 1” (Devir, 2023), a série mangá escrita e desenhada por Naoya Matsumoto que chegou este ano às livrarias nacionais.
Estamos no Japão, um dos países do mundo com a maior incidência de Kaijus, monstros que invadem a vida quotidiana para dar cabo dela. Eles e os Yojus, kaijus secundários que surgem após os kaijus terem sido derrotados.
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Kafka Hibino trabalha numa empresa de limpeza de kaijus, tendo atirado às urtigas o sonho de pertencer à Força de defesa, organização responsável pela eliminação destes monstros. “Digamos que encontrei o limite das minhas próprias capacidades”, diz em jeito de confidência a Reno Ichikawa, um jovem de 18 anos que entrou para a Monster Sweeper Co. em regime de part-time, antes de fazer os testes para entrar na Força de Defesa. Quem já lá está é a Capitã Mina Ashiro, a amiga de infância de Kafka, com quem tinha feito a promessa de combater lado a lado os monstros.
Kafka acaba, graças a uma partida do destino, por se ver transformado num Kaiju, recebendo da Força de Defesa o nome de código Kaiju nº 8. Três meses depois e sempre no anonimato, torna-se o primeiro Kaiju a conseguir escapar à Força de Defesa desde a criação desta, e até já consegue esconder e moldar o corpo, fazendo-se passar por um ser humano como os outros. Com a subida da idade de recrutamento para os 33, e à boleia do empurrão dado pelo novato Reno, Kafka decide tentar um novo ingresso na Força, mesmo que todos os indicadores façam dele um motivo de chacota.
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Entre os muito candidatos, quase todos eles a lidar com problemas como a acne juvenil ou namoros de curta duração, está a mimada Kikoru Shinomiya, a aluna mais nova de sempre – tem 16 anos – a formar-se com distinção na Universidade de Eliminação da Califórnia, que decide tomar Kafka de ponta.
Pelo meio, Naoya Matsumoto vai servindo fantásticas fichas de personagem, onde ficamos a saber tudo sobre datas de aniversário, alturas e gostos pessoais, acompanhados pelos comentários pessoais do autor. O final, carregado de espírito de sacrifício e muita entreajuda, faz deste um volume de estreia arrebatador. A manter esta qualidade, Kaiju nº 8 tem tudo para passar a ser uma das nossas séries preferidas.
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