Quem diria que, ao 11º volume de Jujutsu Kaisen, daríamos por nós a trautear “Man in the Box”, dos Alice in Chains? Provavelmente a canção que melhor se adequará a este “Incidente em Shibuya: Abre-te, Portal” (Devir, 2024), no qual o indestrutível e invencível Gojo Satoru se vê em maus lençóis, enganado pela visão de alguém que havia matado um ano antes.
Um cenário que obriga a uma redefinição de prioridades, uma vez que Gojo é o ás de trunfo de todos os baralhos: “Com o desaparecimento do Gojo, tato a sociedade dos feiticeiros quanto o mundo dos humanos cairão em ruínas”. Do lado dos mauzões, que pretendem instituir o mundo das maldições, a prioridade é mais ou menos a mesma: “Vamos matar o Itadori”.
Com o metro mais concorrido do que na hora de ponta lisboeta, o objectivo de Itadori e Cª é, de forma a libertar Gojo, fazer cair a cortina que barra o acesso dos feiticeiros. Pelo caminho, Itadori e um inesperado aliado terão de enfrentar Awasaka Jiro, um filho único que se tornou jusoshi para ganhar dinheiro e proporcionar uma vida melhor à sua mãe doente – o que lhe permite criar mentiras como esta sem a menor hesitação.
Para o final está reservado um posfácio que nos faz regressar até Abril de 2020, “na verdade início de Maio”, uma época complicada onde a COVID tomou conta da situação. E, se para Gege Akutami pareceu complicado usar frases como “Vou matar-te!” ou “Morre!”, também lhe pareceu que o caminho inevitável seria “continuar a publicar este mangá igualmente sombrio e estranho… darei o meu melhor para proporcionar aos leitores alguns momentos de entretenimento”. Sorte a nossa, leitores.
Sem Comentários