Inspirado num conto popular japonês, “Issun Bôshi” (Orfeu Negro, 2021) conta-nos a lenda de um rapaz que, não medindo mais do que um ou dois pares de centímetros, mostra ao mundo que a coragem não se mede aos palmos. Ou, neste caso, aos polegares.
Um casal de camponeses sonha ter uma criança, acabando por ter direito ao milagre da parentalidade – ainda que este chegue em tamanho reduzido. Um bebé tão pequeno que os pais decidem chamá-lo Issun Bôshi, que traduzido mais ou menos à letra dá qualquer coisa como “o menino do tamanho de um polegar”.
Aos 15 anos, não tendo crescido para lá de meio palmo, Issun Bôshi decide partir à descoberta do mundo com uma malga de arroz e uma bonita agulha debaixo do braço, acabando por conhecer uma princesa mimada – que poderá ser o seu grande amor – e um ogre mal-encarado – que não lhe acha assim tanta graça. Será a diferença de alturas um obstáculo? E poderá o Polegarinho dar numa de David contra Golias?
Impresso em cores directas, quentes mas de ar antigo, “Issun Bôshi” coloca em paralelo o ambiente natural e paradisíaco da floresta com o rebuliço e o frenesim urbanos, numa história que mostra que o mundo pode ser da altura a que conseguirmos sonhar.
“Issun Bôshi” é um trabalho da dupla Icinori, constituída pelos autores e artistas plásticos Mayumi Otero e Raphael Urwiller. Ilustram para revistas e jornais e são autores de álbuns ilustrados, colaborando com museus e centros de arte contemporânea de referência, tais como o Centro Pompidou Metz. Esta é a sua estreia na colecção Orfeu Mini.
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