“Ari é moreno como café. Rey é loiro como o trigo. Um é alto, o outro é baixo. (…) Um observa, o outro trepa. Um desenha, o outro dança. Um caminha, o outro levanta voo!”. Um mais contemplativo, outro mais extrovertido; um mais leitor, outro mais musical; um mais dorminhoco, outro mais desperto.
São diferentes – tão diferentes. Como podem ser irmãos?, interrogam-se todos os que os rodeiam. Ari e Rey ficam inquietos com tal desconfiança, mas continuam diferentes. “Eles não são amigos, nem simples compinchas, não são vizinhos, nem sequer primos. Ari e Rey são irmãos”. Que importância fará a diferença, se o que os une é muito mais forte? São irmãos: uma união inevitável, forte, inalterável e duradoura. A fraternidade tece cumplicidades e alimenta-se de tão grande afecto recíproco. É a experiência singular de crescerem juntos e de criarem memórias. É (con)viver e experienciar situações irrepetíveis. É a unidade na multiplicidade. Haverá uma única forma de se ser irmão? Talvez não. Parece que existem mil e uma maneiras.
“Irmãos” (Orfeu Negro, 2024) é um extraordinário álbum sobre a felicidade de se ter um irmão, sobre amor e fraternidade. As maravilhosas ilustrações ampliam o sentido do texto e permitem ao leitor conhecer melhor Ari e Rey, assim como as suas rotinas, interesses e aventuras.
Marie Le Cuziat é francesa e cresceu nos Estados Unidos. É autora de álbuns ilustrados e romances. Depois de saltar de um lado para o outro fixou-se na Bretanha, onde se dedica a pôr em palavras memórias de infância.
Hua Ling Xu nasceu na China, em Wuhan. Estudou desenho e pintura a óleo durante quatro anos em Hubei, partindo depois para França para estudar Belas-Artes. Artista multidisciplinar, hoje vive e trabalha exclusivamente como pintora e ilustradora, em Paris.
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