Apontado como um dos grandes renovadores da literatura infantil e da pedagogia, Gianni Rodari foi o responsável pelas deliciosas Histórias ao telefone, que seguem todas a mesma premissa: fiel à promessa de contar todas as noites uma história à sua filha, apesar da distância que os separa, o Senhor Bianchi telefona-lhe e as suas histórias são tão deliciosas que as operadoras de telecomunicações paralisam as linhas para os ouvir.
Uma dessas histórias é “Inventando Números” (Kalandraka, 2018), um jogo-diálogo onde surgem expressões populares como “três vezes três: é a conta que Deus fez” ou outras mais chanfradas como “três vezes quatro: bolo com gelado”, uma forma simpática de colocar a distância do continente à Madeira – “Mil quilómetros novos, um quilómetro usado e sete bombons” – ou estranhas formas de contar, como “una, duna, tena, catena, cigalha, migalha, carapim, carapés, conta bem que são dez”.
As ilustrações de Alessandro Sanna são um verdadeiro festim, pinceladas de cor que criam formas com os números que, muitas vezes acabam por se fundir com as próprias personagens. Toneladas de engenho, imaginação e muita criatividade.
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