Afinal, quando apareceu o universo? E como apareceu? “Parece impossível, mas é verdade: tudo começou quando as coisas grandes eram pequenas, (…) quando tudo estava no mesmo sítio…”.
Quer dizer, tudo começou com uma longa viagem de partículas que se “afastaram todas ao mesmo tempo muito depressa, chocaram umas com as outras. Às vezes, quando duas partículas chocam, ficam agarradas e passam a andar juntas”. Ora se afastam, ora se juntam. Mas, um dia, “duas chocam pela primeira vez” e “BANG!”, dá-se a grande “expansão do universo”. Num “milionésimo de segundo”, o universo transforma-se e começa uma longa viagem, onde não faltam telescópios, estrelas, átomos, dinossauros e crocodilos.
“Impossível” (Orfeu Negro, 2018) não ler este livro. Impossível não (re)inventar diálogos e novas perguntas. Impossível não ter liberdade para descobrir pormenores nos desenhos. Impossível não estar atenta à linha cronológica. Impossível não ler o glossário. Impossível o leitor não participar nesta aventura cósmica.
Neste livro fantástico, Catarina Sobral faz uma verdadeira introdução à cosmologia. Ao virar cada página encontramos muitas exclamações, perguntas e afirmações que nos suscitam novas perguntas e exclamações, como se tratasse de um jogo bem divertido.
A magnífica ilustração recorre a mistura de técnicas e materiais – desenho, pintura, colagens, lápis, marcadores, pastel -, com muita cor e texturas. Há espaço para novas experiências e criações: o importante é imaginar, (re)inventar.
As guardas do livro marcam o início e o fecho desta aventura cósmica e, no final, as personagens estão envoltas em pó de estrelas. Sabemos que o nosso ADN está presente na mesma fibra com a qual são bordadas as estrelas – afinal, também somos feitos de pó de estrelas. Brilhamos. E brilhamos mais ainda após a leitura de Impossível.
Catarina Sobral nasceu em Coimbra e vive em Lisboa. Formada em Design em ilustração, escreve e ilustra, faz cinema de animação e tem participado em diversos festivais, exposições e feiras do livro nacionais e internacionais. Em 2012, na Feira de Bolonha, com “Greve”, seu livro de estreia, ganha a Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração. Em 2014 recebe o Prémio Internacional de Ilustração da Feira do Livro Infantil de Bolonha.
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