Depois de edições dedicadas a mulheres revolucionárias e exemplares, que vieram de um sem números de editoras e chancelas, parece que o filão se vira agora para o lado masculino, ainda que o tiro dado com “Histórias Para Rapazes Que Sonham Mudar o Mundo” (Nuvem de Tinta, 2019) esteja longe de ser tão certeiro ou 100 por cento inspirador.
Talvez por se chamar G.L. Marvel, o autor tenha decidido falar destas 50 figuras como super-heróis, mas a escolha de algumas personagens estará longe de poder ser considerada pacífica no que a heroísmo e inspiração dizem respeito.
Que dizer, por exemplo, da inclusão de Che Guevara, que apesar de figurar em T-Shirts com um ícone da revolução foi responsável por inúmeros fuzilamentos? Ou de Andre Agassi, ídolo do ténis mundial que, anos depois de ter arrumado a raquete, confessou ter jogado muitas vezes dopado?
Encarem, assim, este livro como uma escolha de 50 figuras à escala global, muitas delas dadas ao mediatismo – desejado ou imposto -, onde tanto coabitam Dalai Lama como Cristiano Ronaldo, Luther King ou Salvador Sobral.
Globalmente, moram nestas páginas pessoas muito inspiradoras – Verne, Hawking e Aristides de Sousa Mendes são alguns dos residentes -, mas falar do conjunto dizendo que “todos eles são super-heróis. Pessoas que deixaram o mundo muito melhor do que o encontraram”, será esticar demasiado a corda.
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