Recuperando o imaginário dos contos populares nórdicos e acrescentando-lhe um toque extra de cor-de-rosa, Kitty Crowther apresenta-nos à Mamã Ursa, alguém que possui um talento natural para contar histórias nos minutos antes que antecedem o sono profundo – e que, aqui, tem de satisfazer os caprichos do seu pequeno urso que, esticando a boa-vontade ao limite, lhe pede um trio de respeito bem ao seu estilo: “aquela que diz que temos de ir dormir“, “a da menina que se perdeu com a sua espada” e “a do senhor que usava um casacão e que perdeu o sono“.
E que nos contam estas “Histórias da Mamã Ursa” (Orfeu Negro, 2019)? A primeira apresenta-nos à Guardiã da Noite, que todos os dias e antes de cair a noite tocava o seu gongo, mandando toda a gente para a cama numa iniciativa porta-a-porta. Mas quem irá depois adormecer esta zelosa guardiã?
A meio da viagem – e do livro – aproveitamos para colher bagas com a destemida Zhora, que procura uma muito difícil de encontrar amora azul-clara. E que, na zona dos lagos, irá dar de caras com Jacko Mollo, de quem se contam lendas.
A terminar conhecemos Bo, um senhor que nunca se separava do seu enorme casaco, vivia dentro de um tronco, tinha dificuldade em descobrir onde parava o sono e mergulhava no grande mar em busca de pedras-poema.
Histórias de adormecer em dose tripla que, com ilustrações muito naïf e uma paixão pelo lado natural, prepararam os sonhos para o mundo cor-de-rosa onde se sentem verdadeiramente em casa.
—
Kitty Crowther é uma ilustradora belga já com obra consagrada. Escreve e ilustra desde muito jovem, tendo cerca de 45 livros publicados nas melhores editoras internacionais. Recebeu diversos prémios, entre eles o prestigiado Astrid Lindgren Memorial Award pelo conjunto da sua obra. Estreia-se agora na colecção Orfeu Mini.
Sem Comentários