“Dizia-se que o albergue de assembleia só aparecia a cada dez anos para um conclave, ou em momentos de enorme auspício ou inquietação. Mas entidades poderosas eram capazes de o invocar do éter a seu bel-prazer.”
Sejam bem-vindos a “Um Último Regresso” (G. Floy, 2020), o oitavo e último volume de Harrow County, uma saga familiar de tons sobrenaturais que guardou, para o final, a aguardada guerra titânica entre as duas mais poderosas bruxas do pedaço, onde vai ser preciso mais do que força bruta para que um dos lados consiga superar o outro.
Hester, a antiga e mais temida inimiga de Harrow County, pretende arrumar de vez com Emmy e levar a cabo a sua vingança, e parece ter todo o arsenal para isso, uma vez que terá absorvido os poderes dos muitos inimigos que comeu até chegar a este dia.
Quanto a Emmy, que sem disso ter consciência acabou por ser responsável por este estado de calamidade depois de ter devorado a carne da irmã para ganhar poderes extra, debate-se com uma inquietação: como enfrentar uma ameaça destas se nem sequer pode confiar nos seus poderes?
Um final que faz jus ao terror que atravessou toda a série, com muito sangue, magia, cobras tresloucadas, espíritos inquietos e uma passagem de testemunho que, a acreditar nas palavras dos autores Cullen Bunn e Tyler Crook, poderá significar uma continuação.
Harrow County foi originalmente escrito como um romance por Cullen Bunn, que nunca o concluiu em prosa. Transformado em série de BD, esgotou a primeira tiragem do #1 da série, venceu dois Ghastly Awards (para os melhores comics de horror) e foi nomeado para o prémio Eisner de Melhor Série em Continuação.
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