É mais uma aventura – a 11ª – da dupla Bia/Unicórnio, uma banda desenhada onde, tal como no universo de papel de uma outra dupla bem mais conhecida – Calvin/Hobbes -, um animal e um humano discutem, praticamente taco a taco, a existência humana, tudo com muita filosofia e disparate pelo meio.
“Fama de Unicórnio” (Nuvem de Letras, 2022), que como banda sonora oferece o som de peta zetas em festa na língua, mostra-nos Bia digladiando-se com uma questão fundamental: poderá ser um unicórnio quando crescer? Ou, caso isso falhe, uma pianista, tal como “Cascos Musicais”, a criatura híbrida imaginada pelo nosso Unicórnio?
Por esta altura, os unicórnios parecem estar na moda. Até mesmo Dakota, uma miúda com quem Bia vai tendo uma relação agridoce, anda com uma T-Shirt de um, e há mesmo outdoors a anunciarem bolachas-unicórnio. Quanto aos unicórnios, numa espécie de “para a troca”, andam com T-Shirts de humanos. Com todo este intercâmbio, Bia receia perder a sua relação especial com estas criaturas de um só chifre e avessas à solidão.
Um livro onde se espera pela Fada dos Dentes, se visita a rádio com o rótulo de especialista em unicórnios, se dá um salto um parque aquático, se põe o Escudo da Banallidade à prova e se inventa, à boleia de um rolo de fita-cola enfeitiçado, o melhor disfarce para o Halloween.
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