A Porto Editora continua a editar como se não houvesse amanhã a obra do britânico David Walliams, sempre na boa companhia dos desenhos de Tony Ross.
Após a publicação de títulos como “Avozinha Gangster” ou “Doutora Tiradentes”, em formato livro e sempre em capa dura, seguiram-se os álbuns de grande formato, dirigidos aos ainda mais pequenos, algo que foi iniciado com “Oh, Não! Adotei um Elefante!” e que tem, agora, seguimento com “Está uma Cobra na minha Escola” (Porto Editora, 2018).
O professor Alegre é o preferido da estudantada, o ideólogo de coisas como o dia do animal de estimação, onde é permitido aos alunos levar para a escola o seu bicho doméstico. Neste dia em particular, quem visitasse esta escola poderia dar de caras com um hámster “exageradamente querido”, um peixe-dourado “minúsculo” ou uma tartaruga “com cem anos”. Mas, também, com “uma enorme e serpenteante cobra” chamada Penélope, cortesia da Miranda, uma menina extravagante tanto na forma livre em como usava o uniforme escolar como nas respostas cómicas que ia dando durante as aulas.
Apesar de partilharem da domesticidade, os outros animais são prontamente dominados pelo pânico e, quanto aos seus donos, torcem o nariz e dão dois passos atrás na presença da “jibóia de estimação” de Miranda. Aos poucos, porém, a confiança começa a ser conquistada, e até já há pequenos que fazem cócegas à cobra. A professora Fiúza, directora da escola, é que não gostou mesmo nada da brincadeira, decidindo retirar todos os animais aos seus donos e terminar com o dia dedicado ao animal de estimação.
A receita preparada por Walliams é a mesma de sempre: uma escrita cómica, um espírito rebelde e desafiante, um final com um delicioso sabor a twist malévolo. Isto num livro que elogia a diferença e mostra, também, que um pouco de diversão na escola – sobretudo em tenra idade – forma crianças mais felizes.
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